Dois homens foram presos durante uma perseguição no Norte de Santa Catarina na tarde desta quinta-feira (21). Ambos são suspeitos de facilitar a fuga da dupla investigada por tentar cometer uma fraude eletrônica milionária contra a prefeitura de São José, na Grande Florianópolis. As prisões são novos desdobramentos da operação Credencial Fantasma, deflagrada pelo CyberGAECO, em parceria com a Polícia Civil, durante a manhã.

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Os homens foram presos após desobedecerem ordens de parada das autoridades, durante uma perseguição que contou com o apoio do helicóptero da Polícia Militar. No interior do carro estavam duas pessoas, o motorista e outro passageiro, que, segundo as investigações, prestavam auxílio aos suspeitos integrantes do grupo criminoso.

Confira imagens da operação

Embora não fizesse parte da quadrilha, a dupla facilitou a fuga dos dois investigados, de acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Eles foram presos no âmbito da operação.

Além da apreensão do veículo utilizado na tentativa de fuga, um computador e cinco notebooks também foram apreendidos pela polícia. Segundo os investigadores, esses equipamentos constituem a base das fraudes cometidas pela organização criminosa e passarão por perícia.

As investigações agora seguem para localizar os dois suspeitos que conseguiram fugir. Três mandados de busca e apreensão e uma prisão preventiva foram cumpridos ainda durante a manhã em Balneário Camboriú.

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Como grupo criminoso atuava

Segundo o MPSC, a operação “Credencial Fantasma” revelou a atuação de um grupo criminoso de alcance nacional, especializado em ataques cibernéticos contra instituições financeiras e órgãos públicos. O alvo, desta vez, foi o sistema de pagamentos da Prefeitura de São José.

Os criminosos teriam obtido credenciais de servidores municipais por meio de phishing, uma técnica que engana vítimas para roubar dados sensíveis. Com os acessos dos funcionários em mãos, os suspeitos criaram novos usuários e autorizações internas no sistema de pagamentos da prefeitura e permitiram transferências irregulares.

A investigação revelou 11 tentativas de ordens fraudulentas de pagamento, que somavam R$ 2,5 milhões ao todo. Porém, somente uma foi concretizada, o que causou um prejuízo de mais de R$ 85 mil aos cofres públicos da prefeitura. O dinheiro teria sido direcionado a contas ligadas a possíveis laranjas, conforme o Ministério Público.

A Vara Regional de Garantias da Comarca de São José expediu um pacote de medidas cautelares contra os suspeitos: prisão preventiva, busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens.

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Pelo menos quatro integrantes do grupo foram identificados pela polícia até o momento e dois já foram presos. Eles são investigados por furto mediante a fraude, invasão de dispositivo informático e lavagem de dinheiro. Alguns dos suspeitos já havia aparecido no radar da Polícia Federal, durante a Operação CryptoScam, em maio deste ano, que investigou o furto milionário de criptoativos.

NSC Total entrou em contato com a prefeitura de São José, mas não teve retorno até a publicação.

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