Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), médico e vereador de Canarana, em Mato Grosso, foi preso após uma operação da Polícia Civil que encontrou imagens relacionadas a abuso sexual infantil, com materiais produzidor e compartilhados por ele mesmo. Ao menos oito mulheres e menores de idade foram abusadas pelo vereador. A prisão aconteceu no último sábado (31), mas a investigação continua. As informações são do g1.

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O suspeito, de acordo com a Polícia Civil, tinha como alvo mulheres que estavam em situação de vulnerabilidade emocional, sendo recém-divorciadas ou com transtornos mentais, e que tinham filhas. O planejamento dos crimes poderiam durar anos, segundo o delegado Flávio Leonardo, já que Thiago, primeiramente, fazia um processo de aproximação com as vítimas.

Para isso, ele estabelecia um vínculo com a mulher, sendo “super atencioso e carinhoso”. O delegado citou que Thiago tinha o costume de aplicar a fantasia de sadomasoquismo, quando a pessoa busca por prazer físico, psicológico ou sexual a partir da dor, do desconforto ou da humilhação, com as vítimas.

Com o vínculo e a confiança conquistada, o médico também criava uma fantasia de que tinha uma filha imaginária com as vítimas. A partir do momento que a mulher aceitava a ideia, o vereador passava a demonstrar interessa na filha real da vítima. Era nesse momento que os abusos começavam.

Na segunda-feira (2), durante um mandado de busca e apreensão, foram encontrados roupas infantis e brinquedos sexuais, usados para fantasias do político, segundo a polícia.

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Clínico geral e defensor de pautas conservadoras

Thiago atuava em uma Unidade de Saúde da Família como clínico geral, formado desde 2009, sem especialização registrada, de acordo com o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT). Ele morava sozinho e não tem filhos.

O vereador foi eleito em 2024 pelo Partido Liberal (PL) e defendia pautas conservadoras. Como médico, Thiago possui uma renda mensal acima de R$ 25 mil.

O PL já anunciou o afastamento temporário do político, alegando que repudia “veementemente as alegações e crimes atribuídos ao vereador, motivo esse que causou a suspensão da sua filiação”. Já o CRM-MT disse que uma sindicância foi instaurada para apurar a conduta do médico. Porém, o órgão vai esperar a conclusão da apuração para abrir um processo ético contra o profissional.

A Câmara Municipal também se pronunciou e disse que o vereador foi afastado dos trabalhos legislativos. Também foi informado que a Câmara aguarda o resultado da investigação para tomar outras decisões. Os crimes atribuídos ao vereador também foram repudiados pela Casa de Leis.

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Quem são as vítimas

Até o momento, a polícia identificou oito vítimas, sendo elas:

  • Mãe e filha, de 29 e 8 anos;
  • Mãe e filha, sem idade informada;
  • Adolescente de 17 anos – usada como ‘escrava sexual’ do médico;
  • Adolescente de 15 anos – forçada a se relacionar com o investigado desde os 12 anos;
  • Criança de 2 anos;
  • Mulher de 36 anos.

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