Diagnosticada com esquizofrenia há 20 anos, a mulher que foi presa por perseguir a atriz Débora Falabella foi internada pela primeira vez em 2004, quando, em Paris, na França, teve o primeiro episódio de surto. Antes disso, de acordo com a mãe dela, que preferiu não se identificar, a stalker nunca tinha demonstrado qualquer sinal de distúrbios mentais.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

A atriz convive há mais de 10 anos com a stalker. As duas se encontraram pela primeira vez em 2013, quando a mulher entrou no mesmo elevador da atriz e pediu uma foto. Pouco tempo depois, a stalker teria enviado diversos presentes para Débora, como uma toalha branca, objetos e uma carta com teor íntimo e invasivo, de acordo com informações do g1.

Quem é a mulher que persegue Débora Falabella há mais de 10 anos

A stalker foi presa preventivamente em Recife em março de 2024, após descumprir medida protetiva contra a atriz. Após a divulgação do laudo pericial que a considerou inimputável (incapaz de compreender a ilicitude de seus atos), a prisão preventiva da mulher foi revogada. Entretanto ela ainda deve cumprir todas as medidas cautelares de afastamento da atriz, sob pena de internação provisória.

Continua depois da publicidade

Bebê Rena do Brasil: o que se sabe sobre mulher que persegue atriz global há uma década

Quem é a mulher?


Nessa terça-feira (18), a mãe conversou com o g1, junto com os advogados Diego Cerqueira e Ivana Carneiro, que compõem a defesa da mulher. A mulher não teve o nome divulgado a pedido da família.

Ela é formada em economia, tem mestrado e fala cinco línguas fluentemente. Segundo a família, ela é bastante inteligente, já trabalhou como assessora parlamentar em órgãos como a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e, também, como tradutora juramentada.

Em 2004, a stalker foi a Paris para estudar. Num dia, segundo a mãe, ela imaginou que a mulher com quem ela morava tentou matá-la.

Continua depois da publicidade

— Ela disse que estava sendo envenenada pela senhora, foi à polícia com uma coca-cola e pediu para que eles analisassem o conteúdo. De lá, ela foi fazer uma prova e, quando voltou, ligaram para um amigo dela para perguntar se ele autorizava que ela fosse internada. Passou 21 dias internada e eu tive que buscá-la — afirmou.

Ainda segundo a mãe, foi na França que a stalker teve o primeiro diagnóstico de esquizofrenia. A médica que acompanhava o caso, ao assinar a alta hospitalar, exigiu que a mulher fosse acompanhada por um psiquiatra ao voltar para o Brasil.

— Quando cheguei lá, ela estava sentada, lendo um livro, e disse ‘mainha, eu vou ser presidente do Brasil’. Depois, conversou e disse que falou com tanta gente, só faltou ter conversado com os presidentes que já morreram. Fui falar com a médica e ela exigiu que eu desse o nome de um psiquiatra no Brasil para ela enviar os documentos da internação — declarou.

Foi aí que a mulher começou a ser tratada e a tomar remédios para esquizofrenia.

— Até no avião ela viu uma mulher e disse que estava olhando para ela. Eu disse que não, que era coisa da cabeça dela — falou.

Continua depois da publicidade

A stalker, desde 2018, é aposentada por invalidez por causa da doença mental. Isso porque, desde 2013, ela teve auxílio-doença concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na época, ela passou por uma perícia médica, que atestou que ela era incapaz de trabalhar.

— No dia da perícia, pediram para levar um documento de identificação com foto. Ela levou a carteira de habilitação e a médica olhou para mim e disse ‘como é que vocês deixam uma pessoa dessas dirigir?’. Ela exigiu que ela entregasse a carteira no Detran, e ela fez. Antes, ela dirigia e tudo, mas teve um dia que ela tomou um comprimido de diazepam, foi dar uma volta e bateu o carro —afirmou a mãe.

A mãe contou que, mesmo com os surtos, a mulher era uma pessoa funcional, que trabalhava e seguia à risca o tratamento psiquiátrico.

— Ela fazia hospital-dia (assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial) e ia para o psicólogo e psiquiatra algumas vezes por semana. Também já foi internada várias vezes. Depois, ficava boa, passava uns seis meses e surtava de novo.

Continua depois da publicidade

Leia também

Confira filme catarinense e outras produções brasileiras que estão em cartaz em Florianópolis

Dia do Cinema Brasileiro: veja 8 filmes que ajudam a estudar para o Enem

Quem é o catarinense produtor do filme “13 Sentimentos”, que está em cartaz no cinema