O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a deputada estadual de Santa Catarina Ana Campagnolo (PL) e afirmou que um eventual recuo de Carlos Bolsonaro (PL) à candidatura ao Senado catarinense seria uma derrota de Jair Bolsonaro (PL). Campagnolo tem sido uma das vozes mais enfáticas na briga do PL catarinense envolvendo a disputa pelas duas vagas no Senado nas eleições do ano que vem.
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Em um vídeo de 33 minutos publicado em seu canal no YouTube, o filho 03 de Bolsonaro defendeu que o problema seja tratado de forma interna no partido e reclamou de postagens em redes sociais e entrevistas feitas por Campagnolo.
— Depois disso tudo, imagina só, se ele recua, isso vai ser visto como o quê? Vai ser visto como uma derrota do Bolsonaro — disse o deputado licenciado.
Eduardo afirmou que a decisão de que Carlos seja um dos nomes pelo PL é “martelo batido” e que o posicionamento de Campagnolo abre brecha para que outros estados se “rebelem”:
— Ana Campagnolo está praticamente, talvez não intencionalmente, convidando todo mundo a se rebelar. Você imagina só, se em 27 estados do Brasil, a gente tiver o mesmo problema que está tendo agora em Santa Catarina. De pegar o deputado estadual mais votado, não seguindo uma diretriz do líder do movimento e acontecendo isso tudo. Não vai ser interessante.
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O deputado federal também questionou as intenções de Campagnolo ao não acatar a decisão de Jair Bolsonaro. Ele argumenta que o pai é líder de um “projeto politico” e que a indicação de Carlos estaria dentro de um contexto maior para o PL.
— Isso também levanta suspeitas, né? Que é muita vontade para evitar o Carlos Bolsonaro de sair candidato a uma das duas vagas. O que será que tá movendo a deputada Campagnolo? Não sei — disse o deputado, mencionando que existe um “movimento para deletar o Bolsonaro”.
O NSC Total procurou a deputada Ana Campagnolo, que optou por não se manifestar sobre as falas de Eduardo. Segundo a assessoria de imprensa da parlamentar, ela não vai dar mais entrevistas essa semana.
Resistência a Carlos em SC é “superável”
Em sua defesa pela candidatura do irmão, Eduardo Bolsonaro reconheceu a existência de uma “resistência inicial” à Carlos Bolsonaro em Santa Catarina, mas a classificou como plenamente “vencível” e “superável”. Ele argumentou que o principal argumento dos opositores – o fato de Carlos não ser catarinense – perde força diante da própria história política da família.
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—Bolsonaro não nasceu no Rio de Janeiro, Bolsonaro nasceu em Glicério, foi registrado em Campinas [interior de SP], fez carreira política no Rio de Janeiro. Então, essa resistência inicial, por mais que o Carlos possa estar tendo, porque eu não vi nenhuma outra acusação. Ninguém fala que ele é desonesto, que ele é ou não é qualificado, mas dão conta dessa questão de que ele não é de Santa Catarina. Mas eu sei que isso daí é vencível — disse
Eduardo disse acreditar que a barreira será superada assim que o catarinense “conhecer de perto o Carlos”. Segundo ele, irmão deve se mudar “em breve” para Santa Catarina:
— Tenho certeza que cada vez mais que o catarinense conhecer o Carlos, que ele for aos clubes de tiro, que ele for aos eventos sociais, estava recentemente no Oktoberfest, vai ter contato com lideranças religiosas do Oeste a Joinville. Eu tenho certeza que vai ser superado qualquer tipo de barreira.
Veja o vídeo de Eduardo Bolsonaro
Entenda a polêmica
A divisão do PL envolve as duas vagas a senador na chapa do PL em 2026. O projeto de Carlos Bolsonaro mudar o domicílio eleitoral e concorrer por SC ameaçou o espaço da deputada federal catarinense Carol de Toni (PL), que também deseja concorrer ao Senado. A chamada “nova direita catarinense”, liderada por Ana, defende que nomes do Estado tenham preferência.
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O governador Jorginho Mello (PL) já revelou um acordo com o ex-presidente Bolsonaro para que cada um indique um candidato ao Senado, e revelou preferência pelo nome do senador Esperidião Amin (PP), que pretende disputar a reeleição e poderia atrair para a aliança do governador os partidos Progressistas e União Brasil, que estão em federação e possuem ativos como filiados e tempo de TV.











