
Vendido
Empresário já tuitou sobre planos de criar uma rede sem algoritmos e que valorizasse a liberdade de expressão
O bilionário sul-africano Elon Musk anunciou nesta segunda-feira (25) a compra de 100% do Twitter após semanas de negociações. Estima-se que o valor total da operação seja de US$ 44 bilhões.
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
Num primeiro momento, o conselho de administração do Twitter (grupo de diretores com poder de decisão na plataforma) se posicionou contra a oferta -inclusive, adotaram uma estratégia chamada "pílula venenosa" para dificultar a aquisição. No entanto, acabou prevalecendo a decisão da maioria dos acionistas.
Durante a noite de domingo (24), houve uma reunião de acionistas na qual foi decidido que a empresa deveria abrir negociações com Elon Musk. Nos últimos dias, o empresário deu detalhes de sua proposta, como garantias financeiras da sua oferta, e informou que esta seria sua "última e melhor" proposta para aquisição do Twitter.
No dia 4 de abril, Musk, que é dono da Tesla e da SpaceX, tornou público que ele passou a ser proprietário de 9,2% de ações do Twitter. Isso fez com que ele se tornasse o maior acionista individual da plataforma.
O anúncio veio semanas após Musk ter tuitado sobre planos de criar uma rede sem algoritmos e que valorizasse a liberdade de expressão.
Na época da operação, ele disse que passaria a fazer parte do conselho de administração do Twitter. No entanto, após alguns dias, o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, disse que o empresário havia se recusado a pertencer ao grupo que tem poder de decisão na companhia.
No dia 14 de abril, Musk fez uma proposta para comprar 100% do Twitter por cerca de US$ 43 bilhões -pagando US$ 54,20 por ação. Neste dia, a plataforma de microblog tinha valor de mercado na casa dos US$ 37 bilhões.
Em carta registrada na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, o bilionário sul-africano disse que a empresa deveria se tornar de capital fechado para serem realizadas as mudanças que ele considera importante. "Desde que investi no Twitter, percebi que a companhia não prosperará nem servirá a este imperativo social da forma como está", afirmou o empresário.
Como já mencionado, o conselho de administração não levou a sério a proposta num primeiro momento. Isso fez com que Musk passasse a considerar driblar a diretoria do Twitter e tentar negociar diretamente com os acionistas da rede social.
Apesar da disposição de Musk e sua defesa à liberdade de expressão, o empresário até o momento não divulgou nenhum plano de como deve lidar com o tema após a aquisição da rede social. Ele só citou planos de ter uma moderação de conteúdo mais branda e descentralizada, abertura de código-fonte e remoção de bots de spam.
O empresário já criticou várias vezes políticas de moderação de conteúdo de redes sociais, que são pensadas como formas de tentar coibir desinformação e barrar discursos de ódio.
Por outro lado, sua ascensão como "dono" único da plataforma também preocupa usuários e influenciadores.
Em declarações públicas, o dono da Tesla insistiu que não lucraria com a aquisição da plataforma. Conforme disse repetidas vezes, o objetivo é garantir que a rede acompanhe sua percepção sobre liberdade de expressão.
Musk defende que, em caso de dúvida, o ideal é favorecer a liberdade em vez da moderação. "Se houver uma área cinzenta, em minha opinião é melhor deixar que o tuíte exista", disse em evento do TED.
Na ocasião, o bilionário também disse que o Twitter deveria evitar apagar mensagens, o que abriria as portas para discursos de ódio, opiniões extremistas, entre outros conteúdos hoje restritos.
Além disso, Musk é a favor de suspensões temporárias em vez de exclusões definitivas, o que poderia abrir o caminho para o retorno de personalidades banidas da rede, como o ex-presidente americano Donald Trump.
A história por trás da aquisição começou no dia 14 de março, quando o bilionário comprou ações da empresa, mas não divulgou a transação.
Nove dias depois, Musk fez uma enquete em seu perfil questionando se a rede seguia rigorosamente os princípios da liberdade de expressão. Mais de 70% dos entrevistados disseram que não. Na época, ele disse que a pesquisa teria consequências importantes.
Foi só no dia 4 de abril que Elon Musk revelou ter comprado uma participação de 9,2%, se tornando o maior acionista da rede social.
No dia seguinte ao anúncio da compra, o Twitter disse que pretendia nomear o empresário para o conselho de administração. A nomeação, contudo, não era exatamente um convite.
A oferta bloquearia a investida de Musk, já que com uma cadeira no conselho ele não pode deter mais de 14,9% das ações do Twitter.
O empresário chegou a publicar que estava ansioso para trabalhar com Parag Agrawal, CEO da empresa, e fazer o que chamou de melhorias significativas.
No entanto, no último dia 11, Musk recusou o convite para integrar o conselho e, na mesma semana, anunciou sua proposta para comprar o Twitter.
Segundo ele, a rede social precisava se tornar uma empresa de capital fechado para ter mudanças efetivas e virar "a plataforma da liberdade de expressão em todo o mundo".
Após Musk recusar participar do conselho e tornar pública sua oferta de compra, o Twitter colocou em prática uma manobra corporativa conhecida como "poison pill" (pílula venenosa).
A estratégia consiste em inundar o mercado com novas ações ou deixar que acionistas as comprem com desconto. A tática serve para desencorajar e evitar que o controle acionário seja transferido para um grande investidor ou corporação de forma hostil.
Para Musk continuar sua empreitada, seria preciso convencer os investidores do Twitter a venderem suas ações diretamente para ele.
A manobra foi a última tentativa para conter o bilionário. O que não deu certo. Após apresentar seu plano de financiamento para financiar a oferta, Musk conseguiu pressionar o conselho da empresa para negociar com ele.
A compra do Twitter é vista como uma forma de Elon Musk direcionar o futuro de uma plataforma que ele usa, constantemente, para conduzir campanhas de revanche pessoal e promover sua agenda.
Além de criticar as próprias diretrizes do Twitter, o dono da Tesla tem um histórico de declarações polêmicas.
Recentemente, ele fez declarações sobre a saúde financeira da Tesla. O comentário sobre o fechamento do capital da montadora o tornou alvo de fiscalização de autoridades do mercado de capitais norte-americano.
Nesta semana, ele também debochou da aparência de Bill Gates, após recusar um encontro sobre filantropia. "Caso você precise perder uma ereção rapidamente", escreveu.
Maíra Cardi volta atrás sobre expor segredos de Bruna Marquezine por dinheiro
Boca Rosa e Fred anunciam fim do relacionamento: “Está doendo demais”
Fã de Jade Picon tatua rosto da influenciadora no braço; veja