O número de atendimentos de pacientes com câncer de boca no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) em 2025, em Florianópolis, já ultrapassa metade do total de atendimentos do ano passado. Em 2024, a unidade de saúde realizou 539 atendimentos para 258 pacientes com câncer de boca, sendo que 74 pacientes foram a consultas pela primeira vez. Nos primeiros quatro meses deste ano, de janeiro a abril, já foram realizados 283 atendimentos.
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O câncer bucal afeta lábios, estruturas da boca (como gengivas, bochechas e céu da boca), língua (principalmente suas laterais) e a região sob a língua. Feridas que não cicatrizam, nódulos, manchas e dificuldade para mastigar estão entre os sinais de atenção.
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Santa Catarina é o sétimo estado com maior incidência de câncer bucal no país. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até o final de 2025, a doença deve afetar mais 650 pessoas no Estado, sendo 60 novos casos em Florianópolis.
Também chamado de câncer da cavidade oral, a condição motivou um alerta recente da Secretaria de Estado da Saúde (SES) sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença silenciosa.
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Higiene bucal e evitar tabagismo são medidas de prevenção
De acordo com a SES, medidas simples como manter uma boa higiene bucal, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar preservativos durante a prática de sexo oral, manter uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras, e estar atento a mudanças na coloração ou no aspecto da boca são essenciais para a prevenção.
Realizar o autoexame da boca é necessário para buscar por tratamento o mais rápido possível, como explica o médico de Cabeça e Pescoço do Cepon, Diego Naranjo.
— Tratando de uma lesão suspeita, o primeiro passo é realizar uma biópsia. Confirmando, o paciente encaminhado para o Cepon, passa por uma avaliação da equipe de Cabeça e Pescoço para averiguar a localização do tumor, a característica, o tamanho e, com isso, realizar o estadiamento clínico do tumor. Através deste estadiamento, estabelecemos a forma mais apropriada de tratamento — explica.
A dentista do Cepon, Mariana Minamisako, reafirma a importância da adequação bucal sem foco de infecção oral antes de iniciar o tratamento:
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— O ideal é que todos pacientes com câncer, antes de iniciar o tratamento, façam uma adequação bucal, para evitar mucosite oral, que são feridas na boca em decorrência da radioterapia, e infecções secundárias oriundas de fungos, bactérias e vírus. O paciente com câncer de boca, principalmente, precisa ter essa adequação bucal, sem cáries, por exemplo, para evitar infecção — destaca.
De acordo com, a SES, o Estado possui uma ampla rede oncológica que realiza tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
— No Cepon, nosso compromisso vai além do tratamento oncológico. Trabalhamos com foco no cuidado integral, unindo tecnologia, prevenção e atenção humanizada. Durante o Maio Vermelho, reforçamos a importância do diagnóstico precoce do câncer bucal e destacamos o papel da nossa equipe multidisciplinar em garantir que cada paciente receba um atendimento de excelência, desde a primeira avaliação até as etapas mais avançadas do tratamento — reforça o diretor-geral do Cepon, Marcelo Zanchet.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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