O escritor Itamar Vieira Junior, autor de livros como “Torto Arado” e “Salvar o fogo”, palestrou na Feira do Livro de Joinville com o tema “Minha trajetória – de leitor a escritor”. O AN conversou de modo exclusivo com ele, que falou sobre tópicos como literatura, democracia, educação e perspectivas com o futuro.
Continua depois da publicidade
Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp
Esta é a primeira vez de Itamar em Santa Catarina. Ele destacou o convite e a importância de eventos que abordam livros e literatura.
— Estamos falando de cultura, que é falar de educação. Acho que todo esforço para promover o livro, para permitir o encontro dos leitores com os autores, para estimular a leitura, é sempre bem-vindo — analisa.
Com maior popularidade a partir de 2019, após o lançamento de Torto Arado, Itamar diz que os escritores brasileiro do Século 20 foram pouco valorizados, por isso, afirma ser fundamental destacar escritores que vieram antes e que virão depois dele para colocar o Brasil em um patamar superior na literatura mundial.
Continua depois da publicidade
— Me sinto acolhido pelos que chegaram antes. Espero que seja assim com os que virão depois. Estimular essa essa criação literária, pois sinto que o Brasil ainda é pouco divulgado no exterior. O país tem que estimular novos autores — reflete.
“Não há democracia sem sociedade civil organizada”, diz Itamar
Com abordagens nos livros e posicionamentos firmes, Itamar fala sobre usar a relevância para dar visibilidade para causas e movimentos sociais. Em junho, ele publicou uma foto com a bandeira do Movimentos Sem Terra (MST). Na legenda, ele escreveu que era “para lembrar que os avanços civilizatórios das últimas décadas são frutos das lutas de muitos movimentos sociais”.
Apesar disso, ele ressalta que os autores não precisam se posicionar caso não queiram, deixando as pessoas livres para decidirem. Mas Itamar analisa que deve usar sua visibilidade para tocar em temas relevantes apoiar movimentos sociais
— É o Movimento Sem Terra, mas também estou pensando no movimento negro, no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), em tantos outros movimentos que garantiram ao Brasil avanços civilizatórios nos últimos 30 anos. Não há democracia sem sociedade civil organizada.
Continua depois da publicidade
Próximas páginas: viver o presente
Questionado sobre o futuro, Itamar afirma que gosta de viver o presente. O escritor diz que está aproveitando o momento atual para trabalhar e falar sobre literatura, livros e criação literária.
Conforme ele, no futuro, a ideia é seguir no mesmo ritmo: espaços para encontrar leitores e continuar escrevendo.
Já para o Brasil, ele afirma que há diversas demandas para se resolver.
— Espero que a gente tenha energia para que a nossa democracia se consolide, que a gente possa seguir melhorando a vida das pessoas — finaliza.
Continua depois da publicidade
Leia também
Em Joinville, líder indígena afirma que “se não mudarmos o rumo, estamos todos fritos”
“A gente não é invisível e tem direito a ocupar os espaços”, diz Lázaro Ramos em Joinville
Tapetes coloridos encantam em celebração de Corpus Christi em Joinville, Blumenau e Florianópolis