Um dos alvos presos na megaoperação contra uma facção paulista na última quinta-feira (28) tentou se esconder em Santa Catarina. Rafael Renard Gineste estava escondido em uma lancha, na Praia de Bombinhas, mas foi abordado pela Polícia Federal naquele mesmo dia. Quando viu os agentes se aproximando, o homem jogou o celular na água, mostraram imagens exclusivas do Fantástico no programa deste domingo (31).

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Os policiais foram até a casa dele, em Curitiba, mas não o encontraram. A investigação, então, o localizou na embarcação junto com uma mulher. Ele foi preso. Rafael é sócio-administrador da F2 Holding Investimentos, que segundo as investigações integrava a estrutura financeira usada pelo grupo criminoso para movimentar bilhões de reais.

A operação, batizada de Carbono Oculto, revelou um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis. Cerca de 1.400 agentes das polícias estaduais e federal participaram da ação, que ocorreu em oito estados simultaneamente, incluindo Santa Catarina. Mais de 350 pessoas e empresas foram alvos de mandados de prisão e busca e apreensão.

As investigações apontam mais de R$ 7,6 bilhões em sonegação de impostos, envolvendo irregularidades na produção e distribuição de combustíveis em todo o país. Combustíveis adulterados eram vendidos em pelo menos 300 postos no estado de São Paulo, sendo que o setor acredita que 30% de todos os postos no estado tenham sido atingidos pelo esquema.

Ainda, a facção mantinha complexa rede de negócios na economia formal, partindo de integrantes infiltrados na Avenida Faria Lima, centro financeiro da cidade de São Paulo. De acordo com a Receita Federal, o grupo comandava ao menos 40 fundos de investimentos multimercado e imobiliários, com um patrimônio total estimado em mais de R$ 30 bilhões. Integrantes infiltrados na Faria Lima geriam essa estrutura através de fundos de investimentos utilizados como estruturas de ocultação de patrimônio, afirmam os auditores federais.

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