Ao menos 19 postos de combustíveis foram citados nominalmente em decisões da Justiça de São Paulo relacionadas à Carbono Oculto, operação que investiga a infiltração da facção criminosa no setor de combustíveis.

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Conforme informações do g1, a organização criminosa usava uma rede de mais de 1 mil postos para lavar dinheiro. Dos nomes revelados, sete pertencem a Armando Hussein Ali Mourad. Ele é irmão de Mohamad Hussein Mourad, que segundo a Justiça paulista é ligado à uma facção criminosa, liderava o esquema, e foi “fundamental para a expansão do grupo e para a blindagem patrimonial e lavagem de capitais”.

Os postos citados são:

Auto Posto Vini Show, de Senador Canedo (GO)

Auto Posto Dipoco, de Catalão (GO)

Posto Santo Antonio do Descoberto, de Santo Antônio do Descoberto (GO)

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Posto Futura JK, de Jataí (GO)

Posto Futura Niquelândia, de Niquelândia (GO)

Auto Posto Parada 85, de Goiânia

Auto Posto da Serra, de Morrinhos (GO)

Dois pertencem a Luciane Gonçalves Brene Motta de Souza e Alexandre Motta de Souza, identificados como membros da organização criminosa de Mourad e envolvidos com fraudes em bombas e adulteração de combustível:

Auto Posto Conceição, de Campinas (SP)

Auto Posto Boulevar XV São Paulo, de Praia Grande (SP)

Quatro são apontados como pertencentes a Renan Cepeda Gonçalves, descrito como “pessoa chave na organização criminosa” por estar ligado à Rede Boxter, grupo investigado por lavagem de dinheiro da facção. Na Receita Federal, o proprietário é Tharek Majide Bannout, alvo da operação e que, segundo a Justiça, tem ligação com a organização criminosa:

Auto Posto Yucatan, de Arujá (SP)

Auto Posto Azul do Mar, de São Paulo

Auto Posto Hawai e Auto Posto Maragogi, ambos de Guarulhos (SP)

O Auto Posto Texas, de Catanduva (SP), pertence a Gustavo Nascimento de Oliveira, citado como um dos laranjas do esquema utilizado pelo grupo liderado por Mohamad Hussein Mourad. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Oliveira.

O Auto Posto Bixiga, de São Paulo (SP), é citado como destino de metanol usado na adulteração de combustíveis, outra das fraudes documentadas na operação.

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O Auto Posto S3 Juntas, de São Paulo (SP), pertence a Ricardo Romano, “vinculado a atividades de lavagem de dinheiro”, segundo a Justiça.

O Auto Posto S-10, segundo a Justiça, pertence a José Carlos Gonçalves, o Alemão. Na Receita Federal, ele tem como sócia a ACL Holding, também citada na investigação.

O Auto Posto Elite de Piracicaba, da cidade homônima, também é apontado como pertencente a Armando Hussein Mourad. Na Receita, tem como dono Pedro Furtado Gouveia Neto, também alvo da operação, e que também é proprietário do Auto Posto Moska.

Contraponto

O g1 procurou todos os postos citados na reportagem, por meio dos contatos disponíveis na Receita Federal, mas não obteve resposta até a publicação.

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Procuradas, as defesas de Gustavo Nascimento de Oliveira, Renan Cepeda Gonçalves, Armando Hussein Ali Mourad, Ricardo Romano, Antônio Hélio, Carlos Antônio, Luciane Gonçalves Brene Motta de Souza, Alexandre Motta de Souza e Pedro Furtado Gouveia Neto não se manifestaram. O g1 não conseguiu contato com a defesa de José Carlos Gonçalves.

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