As Forças Armadas dos Estados Unidos bombardearam, na noite de terça-feira (21), um barco que navegava no Oceano Pacífico, em uma área próxima à costa da América do Sul. Segundo confirmou o secretário de Guerra, Pete Hegseth, em postagem nas redes sociais nesta quarta-feira (22), a embarcação carregava drogas e pertencia a uma “organização terrorista”. Duas pessoas morreram no ataque.
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O governo norte-americano não informou o ponto exato do bombardeio desta semana nem detalhou as evidências que indicariam o transporte de entorpecentes. O secretário Hegseth afirmou que o ataque foi realizado em águas internacionais e que nenhuma força norte-americana foi ferida.
“Havia dois narcoterroristas a bordo no momento do ataque, que foi realizado em águas internacionais. Ambos os terroristas foram mortos e nenhuma força norte-americana foi ferida nesse ataque”, escreveu em uma rede social.
Este é o primeiro bombardeio no Pacífico desde o início da nova ofensiva militar do governo de Donald Trump contra o tráfico de drogas. Até agora, as ações haviam se concentrado no Caribe, onde sete ataques já foram realizados em pouco mais de um mês, resultando em pelo menos 32 mortes.
Segundo a agência Reuters, juristas e analistas têm questionado por que as operações vêm sendo conduzidas pelas Forças Armadas — e não pela Guarda Costeira, responsável pela fiscalização marítima dos EUA.
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Veja a postagem do secretário de Guerra
Yesterday, at the direction of President Trump, the Department of War conducted a lethal kinetic strike on a vessel being operated by a Designated Terrorist Organization and conducting narco-trafficking in the Eastern Pacific.
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) October 22, 2025
The vessel was known by our intelligence to be… pic.twitter.com/BayDhUZ4Ac
Ampliação da presença americana na América do Sul
O episódio ocorre em meio à ampliação da presença militar norte-americana na região, com destróieres equipados com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6,5 mil militares. Também coincide com revelações do jornal The Washington Post sobre um documento confidencial em que Trump teria autorizado “ações agressivas” da CIA contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
De acordo com o Washington Post, o presidente norte-americano instruiu a agência de inteligência a realizar operações secretas no país vizinho, o que poderia levar à derrubada do regime chavista. O jornal cita fontes com acesso ao documento, que afirmam que, embora o texto não determine explicitamente a destituição de Maduro, autoriza medidas que “podem levar a esse resultado”.
As ações fazem parte da mesma ofensiva militar que o governo Trump vem conduzindo na costa venezuelana sob o argumento de combater o narcotráfico. Uma frota americana já alvejou sete embarcações supostamente ligadas ao tráfico, e agora, segundo o Post, Washington prepara ataques terrestres contra acampamentos e pistas de pouso clandestinas.
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Fontes ouvidas pelo jornal afirmam que, apesar de o governo insistir no discurso de combate às drogas, a maioria das substâncias ilícitas que entram nos Estados Unidos não passa pela costa do Caribe, foco das operações, mas sim pelo Pacífico e pelo México. Para analistas, essa discrepância reforça a percepção de que a campanha pode ter motivações políticas e estratégicas ligadas à Venezuela.
*Com informações do g1 e do Washington Post.
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