Após sete mandados serem cumpridos em três cidades de Santa Catarina e em Goiás, a Polícia Civil explicou como funcionava o esquema que vendia remédios falsos pelas redes sociais. Um dos produtos adulterados era o Ozempik. O consumo dele deixou uma mulher internada na UTI, em risco de morte, afirmou o delegado Jeferson Prado.

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— Um dos dos medicamentos falsificados era o conhecido Ozempik e no lugar dele os investigados colocavam uma caneta de insulina, alterando a aparência, toda a embalagem [do remédio], o que levou vítimas a utilizarem isso e chegarem a ser hospitalizadas, correndo risco de morte em razão da queda abrupta da glicemia — indica o investigador. 

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Segundo a apuração da Polícia Civil, o grupo criminoso obtinha medicamentos vencidos, removia as datas de validade reais e adulterava-as para datas ainda válidas. Uma gráfica participava na produção de caixas idênticas às originais dos medicamentos falsificados. A comercialização ocorria principalmente através de redes sociais, por preços abaixo dos valores praticados no mercado.

Veja fotos do Ozempik apreendido em SC

Além do Ozempic falso, os suspeitos também comercializavam anabolizantes, remédios abortivos e outros medicamentos não legalizados pela legislação brasileira.

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Os mandados foram cumpridos em Barra Velha, Canoinhas e Jaraguá do Sul, além de Catalão, no estado de Goiás, sendo que nos dois últimos municípios duas pessoas foram presas.

Os envolvidos devem responder pelo artigo 273 do Código Penal, que tipifica crimes contra a saúde pública e descreve como conduta ilícita o ato de falsificar, corromper ou alterar produtos com fins terapêuticos ou medicinais.

— É considerado um crime hediondo cujas penas vão de 10 a 15 anos de reclusão, com possibilidade também de serem responsabilizados por crime de tentativa de homicídio na forma de dolo eventual — indica o delegado. Eles também podem responder por lavagem de dinheiro.

Com a operação, veículos de luxo e imóveis adquiridos com o lucro ilícito foram apreendidos e indisponibilizados para posterior reparação às vítimas.

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A Polícia Civil reforça que vítimas que fizeram a aquisição desse tipo de medicamento ou de anabolizantes não devem utilizar. Além disso, pedem que, quem usou e passou mal procure a delegacia. “Não se sinta constrangido de procurar a delegacia e de fazer o registro”, diz nota da instituição.

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