O apresentador Edu Guedes precisou retirar a cauda do pâncreas e o baço depois de descobrir um tumor na última semana. Ele passou por uma cirurgia denominada como pancreatectomia corpo-caudal com esplenectomia, um procedimento que leva de três a quatro horas para ser concluída. No caso de Edu, a cirurgia demorou um pouco mais: seis horas. As informações são do g1.

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Apesar de ser menos invasivo que outros procedimentos relacionados a tumores no pâncreas, o doutor em cirurgia pela USP e cirurgião do Hospital Nove de Julho, Rodrigo Surjan, explicou que esse tipo de intervenção só é indicada quando o tumor está localizado no corpo ou na cauda do pâncreas. O baço também precisa ser retirado, nesses casos, “por estar muito próximo à cauda do pâncreas e compartilhar a drenagem linfática, o que aumenta o risco de comprometimento tumoral”.

Outro procedimento feito por quem descobre um tumor desse tipo é a retirada da cabeça do pâncreas, com uma cirurgia que pode durar até 10 horas, além de necessitar de reconstrução de diversas partes do sistema digestivo. Mesmo sendo uma cirurgia tecnicamente mais simples, a pancreatectomia corpo-caudal precisa de cuidados, principalmente no pós-operatório, por causa da retirada do baço.

O oncologista Elge Werneck, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, alerta que outro pré-requisito para a realização desse tipo de cirurgia é a não invasão do tumor em vasos sanguíneos. Caso contrário, o tratamento é feito com quimioterapia, que pode ou não ser associada à radioterapia.

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Diagnóstico costuma ser tardio

No caso de Edu Guedes, o diagnóstico foi feito depois de investigar uma crise renal, onde precisou ser hospitalizado. Já com acompanhamento médico, realizou mais exames, onde o médico Joaquim de Almeida, do Hospital Albert Einstein, detectou um cálculo renal, chamado popularmente de pedra, “que havia descido pro canal urinário”.

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Como a pedra tinha aproximadamente 1.6 centímetro, os médicos optaram por fazer uma cirurgia para retirada do cálculo, já que ela não sairia de forma natural, pela urina. Depois da cirurgia, outros exames detectaram outros cálculos nos dois rins de Edu, além do tumor de dois centímetros no pâncreas, órgão responsável pela produção de hormônios.

Porém, a maior parte dos diagnósticos é feita de forma tardia, já que os sintomas como dor abdominal, perda de peso, fraqueza e icterícia são identificados quando a doença já está em estágio avançado. Por isso, o câncer de pâncreas acaba sendo um dos mais letais, segundo o oncologista Stephen Stefani, do grupo Oncoclínicas e membro da Americas Health Foundation.

Cada vez mais casos em pessoas jovens

O cirurgião Surjan alerta que esse tipo de câncer tem tido cada vez mais incidência em pessoas entre 25 e 40 anos.

— Há 30 anos, era praticamente impossível ver essa doença em pessoas com menos de 70 anos. Hoje é mais comum, e isso pode ter relação com alimentação ultraprocessada e obesidade — disse.

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Outros fatores de risco são o tabagismo, diabetes tipo 2, histórico familiar, pancreatite crônica e mutações genéticas como BRCA2, que também podem estar associadas ao câncer de mama.

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