Quando os pais ou cuidadores passam por um esgotamento físico, emocional e mental devido ao estresse por conta da criação dos filhos, é porque eles desenvolveram o quadro de síndrome de burnout parental.
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A pandemia fez com que as pessoas começassem a trabalhar dentro de casa. E, ainda hoje, mesmo com a diminuição das medidas de restrições e as pessoas voltando sair de casa, muitos profissionais permanecem no modelo home office.
“Todo mundo, praticamente, viveu ou está vivendo algum nível de burnout durante a pandemia e no pós-pandemia”, afirma a Dra. Gesika Amorim, mestre em educação médica, pediatra pós-graduada em neurologia e psiquiatria, com especialização em tratamento integral do autismo, saúde mental e neurodesenvolvimento. Segundo ela, a situação é ainda pior para os pais, “eles estão sendo obrigados a se desdobrar para cuidar dos filhos, da casa e do trabalho para sustentá-los”.
Sinais da síndrome de burnout parental
A síndrome de burnout parental trata-se de uma exaustão que faz com que os pais sigam com a sensação de cansaço. Mesmo depois de uma boa noite de sono, eles se levantam sentindo-se esgotados como no dia anterior. É uma sensação de exaustão que parece não ter fim. Lembrando que é um cansaço geral, com dores no corpo, nervosismo, ansiedade, desânimo e desgaste emocional.
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Interferências nas relações
Os pais não conseguem a concentração necessária para um bom desenvolvimento do trabalho, uma vez que os filhos, principalmente se são crianças, acabam interferindo de mil maneiras possíveis. Por outro lado, os pais acabam não cumprindo as multitarefas exigidas nem dando o mínimo de tempo e atenção para os filhos. Além disso, a própria relação casal/família acaba sofrendo um esgotamento.
“Os pais já não têm mais a divisão de tarefas nem a divisão de horários para o seu dia, o que gera uma desorganização emocional, uma exaustão extrema. As complicações de toda essa situação acabam gerando um aumento do desenvolvimento dos transtornos mentais. Essa fadiga extrema leva ao aparecimento de ansiedade, depressão, esgotamento físico e mental, também ao aumento do consumo de álcool e substâncias ilícitas e o aumento da violência familiar de forma geral”, explica a doutora.
Consequências da doença
A quebra de rotina na vida de todos, o medo de ser infectado pelo vírus e a ansiedade causada pelas incertezas do futuro acabam potencializado não apenas a síndrome de burnout parental, mas inúmeros transtornos mentais. As consequências da síndrome de burnout parental podem ser as mais desastrosas, indo desde a negligência dos filhos às agressões verbais, psicológicas e físicas.
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Como lidar com as situações de estresse e ansiedade?
O ideal é não tentar ser perfeccionista e querer carregar o mundo nas costas. “É preciso ter uma noção exata dos nossos limites e aprender a conviver com eles. Adaptação e resiliência; vamos fazer o que é possível da melhor maneira possível. Estabelecer metas e horários”, indica a Dra. Gesika Amorim.
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“Será preciso também responsabilizar e delegar certas responsabilidades para as crianças, segundo a idade de cada uma, para terem mais autonomia. O mais importante é estabelecer horário para cada coisa, tentar manter a rotina o mais próximo do normal e procurar ajuda se for preciso”, finaliza. Além disso, também é fundamental que os pais procurem ajuda médica e psicológica ao notar os sinais da doença.
*Por Marcela Melo (MMelo Assessoria)
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