A China barrou o acordo para a venda dos ativos norte-americanos do TikTok, em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao país. As informações são do g1.

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A negociação previa a separação das operações do TikTok nos EUA em uma nova empresa não chinesa. O controle majoritário e a gestão ficariam sob responsabilidade de investidores norte-americanos, com uma participação da ByteDance (empresa chinesa que desenvolveu a plataforma) inferior a 20%.

O acordo já estava estruturado e havia sido aprovado pelos investidores atuais, pelos novos investidores, pela ByteDance e pelo governo dos Estados Unidos até a última quarta-feira (2), segundo fontes ouvidas pela Associated Press. Porém, a China sinalizou que não aprovaria a operação.

Atualmente, a China enfrenta uma tarifa de 54% sobre produtos exportados para os EUA, após Trump anunciar um aumento de 34%, o que provocou uma retaliação por parte de Pequim. Trump afirmou que poderia reduzir essas tarifas como parte de um acordo com a ByteDance para viabilizar a venda do TikTok, aplicativo utilizado por cerca de 170 milhões de americanos.

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No sábado (5), a ByteDance afirmou que ainda há divergências sobre os termos. “Continuamos em negociações com o governo dos EUA, mas ainda não foi alcançado um consenso. As duas partes têm diferenças significativas em vários pontos-chave. Acordos desse tipo estão sujeitos a procedimentos de revisão, conforme a legislação chinesa”, afirmou a empresa em comunicado publicado em sua conta oficial na rede social chinesa WeChat.

A Embaixada da China em Washington, ao ser questionada sobre o status do acordo, declarou: “A China já expressou sua posição sobre o TikTok em diversas ocasiões. Sempre respeitamos e protegemos os direitos legítimos das empresas, e nos opomos a práticas que violem os princípios básicos da economia de mercado.”

O que diz Trump

Trump anunciou o adiamento de 75 dias para a chinesa ByteDance vender a operação. O anúncio foi feito na sua plataforma social Truth Social na sexta-feira (4). O prazo acabaria no sábado (5).

“O acordo ainda precisa ser ajustado para garantir que todas as aprovações necessárias sejam obtidas. Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, embora, pelo que sei, eles não estejam muito satisfeitos com nossas tarifas recíprocas”, afirmou Trump.

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Trump afirmou ainda que sua administração está em contato com quatro grupos distintos para uma possível transação envolvendo o TikTok, mas não revelou os nomes.

“Estamos ansiosos para trabalhar com o TikTok e com a China para concluir o acordo”, escreveu Trump na sexta-feira. “Não queremos que o TikTok ‘fique no escuro'”, completou.

Entenda o acordo

As negociações conduzidas pela Casa Branca se concentram em um plano no qual os principais investidores não chineses da ByteDance aumentariam suas participações e assumiriam o controle das operações do TikTok nos EUA, segundo reportagens da Reuters.

O plano prevê a criação de uma entidade independente nos EUA para operar o TikTok e a redução da participação chinesa na nova empresa para menos de 20%, conforme exigido pela legislação norte-americana, evitando assim uma proibição do aplicativo no país.

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O Susquehanna International Group, de Jeff Yass, e a General Atlantic, de Bill Ford — ambos com assentos no conselho da ByteDance — estão liderando as negociações com a Casa Branca, conforme informou a Reuters.

O Congresso americano aprovou a legislação que determinava o encerramento das operações do TikTok até 19 de janeiro no ano passado, com apoio bipartidário, citando riscos de que o governo chinês pudesse utilizar o TikTok para espionagem e operações de influência nos Estados Unidos. O então presidente democrata Joe Biden sancionou a lei.

Alguns parlamentares pressionam Trump a aplicar a legislação, caso a ByteDance não concluísse a venda dos ativos norte-americanos. Trump iniciou seu segundo mandato em 20 de janeiro e optou por não aplicar a medida.

Em janeiro, o Departamento de Justiça comunicou à Apple e ao Google que não faria cumprir a lei, o que levou as empresas a restaurarem o aplicativo para novos downloads. A nova ordem de Trump estabelece um novo prazo, até meados de junho, para a concretização do acordo.

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