Atrasos dos ônibus, falta de infraestrutura nos pontos e trânsito intenso são as principais queixas dos moradores de Chapecó, no Oeste do Estado, em relação ao transporte público da cidade. As demandas foram ouvidas pelo projeto SC Ainda Melhor, lançado pela NSC Comunicação na segunda-feira (2), que escutou a população por meio de uma enquete no NSC Total e no g1, sobre os problemas mais relevantes nas cidades de Santa Catarina. 

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Os problemas em relação ao transporte público de Chapecó são destaque devido às dificuldades enfrentadas pelos passageiros, como Vinícius Roberto Valentini, estudante da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e Vera Lúcia de Aguiar Santos, trabalhadora doméstica. Ambos dependem do sistema de transporte coletivo, que, segundo relatos, frequentemente sofre com atrasos e superlotação.

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Vinícius começa a jornada às 5h, horário que pega o primeiro ônibus no bairro Santo Antônio até o terminal no Centro da cidade. De lá, segue em outro ônibus para a UFFS e enfrenta um trajeto de até uma 1h40min. Já Vera, que mora no bairro Bela Vista e trabalha no bairro Maria Goretti, também relata dificuldades em chegar no horário devido à imprevisibilidade dos horários de ônibus.

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São rotinas como a do Vinicius e da Vera que influenciaram nas principais demandas do transporte coletivo em Chapecó, elencadas pela NSC. As prioridades ficaram definidas da seguinte forma: 

  • Incentivar o uso;
  • Melhorar a infraestrutura dos pontos de ônibus;
  • Modernizar atendimento, acessibilidade e integração entre os pontos;
  • Priorizar as melhorias na região da Efapi, com mais horários e faixas exclusivas;
  • Criar plano para melhorar a atratividade do transporte público: ampliar rotas e horários, criar faixas exclusivas de ônibus.

Para falar sobre o assunto em Chapecó, foram ouvidas as seguintes entidades: Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Observatório Social, Unochapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Aurora Cooperativa, representando o setor do agronegócio.

Desafios do transporte público

Segundo João Carlos Scopel, diretor da Autoviação Chapecó, concessionária responsável pelo transporte coletivo na cidade, atualmente 93 veículos circulam pelo município. Ele explica os motivos que levam aos atrasos.

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— Atraso infelizmente é só o trânsito. Porque às vezes está acontecendo uma manutenção em uma rua,  às vezes dá um acidente tem que desviar, às vezes o trânsito demora — diz.

Conforme o diretor, uma das soluções levantadas pela empresa para desafogar o trânsito em alguns pontos da cidade e dar mais fluidez tem a ver com a infraestrutura das ruas.

— Sempre bato muito em cima da mão única. Acredito que vai vai melhorar muito o trânsito em Chapecó — pontua.

Pensando na mobilidade da região central, a CDL entende que outras alternativas podem facilitar o acesso da comunidade aos serviços. Para Edson Piana, presidente da entidade, uma solução é as pessoas utilizarem cada vez mais os ônibus e deixarem os carros em casa. 

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— Seria interessante se tivesse um transporte coletivo no Centro. Não precisaria ser um ônibus grande, poderia ser um micro-ônibus — fala. 

Outra situação levantada pela comunidade diz respeito aos pontos de ônibus. Em muitos deles, a estrutura é pequena e antiga, sem proteger os moradores em dias de chuva. Em alguns locais a situação é ainda mais crítica, porque não tem estrutura nenhuma. Conforme a prefeitura de Chapecó, recentemente foram licitados 156 novos abrigos e foi dada ordem de serviço para a instalação de 74. A previsão é que estes sejam implantados em vários bairros até o dia 15 deste mês.

Terminais e alternativas

A descentralização do terminal urbano é outra medida sugerida. Gabriela Borges, especialista em políticas sociais, destaca que a criação de novos terminais, como no bairro Efapi que abriga cerca de 100 mil pessoas, ajudaria a aliviar o tráfego e facilitar o deslocamento dos moradores. 

— A gente tem outras possibilidades de terminais no final da [Avenida Getúlio Dorneles] Vargas próximo ao Eco Parque e que faria conexão com o Centro e o Efapi. Acho que facilitaria muito esse processo de deslocamento das pessoas — alega.

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Segundo João Carlos Scopel, diretor da Autoviação Chapecó, criação de um terminal na região da Efapi já “está determinada”. 

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