Os prebióticos são suplementos acessíveis, que podem ser usados diariamente, e segundo pesquisas também podem turbinar a função cerebral dos idosos. O estudo realizado no King’s College London e publicado no começo de 2024, mostrou que proteínas e prebióticos melhoram a memória dos 60+.
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A analogia é simples, quanto mais saudável o intestino estiver, mais também estará o cérebro. O estudo focou em dois tipos de prebióticos: inulina e FOS (frutooligossacarídeo), suplementos baratos e acessíveis em farmácias.
São suplementos que atuam na microbiota intestinal, equilibrando o organismo e acabam ajudando na melhora da memória. A boa notícia é que os testes utilizados para indicar essa melhora durante o estudo são os mesmos que ajudam a detectar os primeiros sinais de Alzheimer.
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O elo intestino-cérebro
Estudos anteriores em roedores já mostravam que fibras como inulina e FOS “alimentam” a microbiota do cólon, permitindo que bactérias “boas” prosperem de forma eficaz. Essa ação nutricional é crucial para manter um ecossistema intestinal equilibrado.
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A Bifidobacterium, por exemplo, parece reduzir déficits cognitivos regulando as complexas conexões entre o intestino e o cérebro. Essa relação é tão estreita que muitos especialistas já se referem ao intestino como o “segundo cérebro” do corpo.
A evidência da estreita relação entre o intestino e o cérebro cresce a cada ano, abrindo portas para novas abordagens no tratamento de condições cognitivas. O consumo de “alimentos para o cérebro”, como os prebióticos, surge como uma estratégia promissora.
O que a pesquisa revelou sobre suplementos
O estudo investigou como esses suplementos afetam o cérebro envelhecido, recrutando 36 pares de gêmeos acima dos 60 anos do King’s College London. Este modelo de pesquisa é ideal para diferenciar o efeito da genética e do ambiente na saúde humana, oferecendo insights valiosos.
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A metodologia incluiu a divisão aleatória de cada dupla, onde um gêmeo recebia um prebiótico diário em pó (inulina ou FOS) e o outro um placebo com proteína. Assim, a equipe pôde observar os efeitos diretos da suplementação.
Tomar inulina ou FOS sem saber levou a pontuações significativamente mais altas em testes cognitivos após apenas três meses de suplementação contínua. Além disso, notou-se um aumento da bactéria benéfica Bifidobacterium no microbioma intestinal dos participantes.
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Perspectivas futuras e limitações
A pesquisadora Mary Ni Lochlainn, do King’s College London, expressou entusiasmo com os resultados ao portal americano de notícias científicas Sciencealert: “Estamos entusiasmados em ver essas mudanças em apenas 12 semanas. Isso representa uma grande promessa para melhorar a saúde cerebral e a memória em nossa população idosa”.
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Ela acrescentou que “Desvendar os segredos do eixo intestino-cérebro pode oferecer novas abordagens para viver de forma mais saudável por mais tempo”. Contudo, a pesquisa sugere que, embora a memória melhore, não houve benefícios físicos significativos, como na perda muscular.
A geriatra Claire Steves, da mesma instituição, ressalta que “nossa próxima tarefa é ver se esses efeitos são sustentados por períodos mais longos e em grupos maiores de pessoas”. Apesar de um possível viés de seleção, a ideia de que o declínio cognitivo pode envolver fatores externos, como o intestino, ganha força.





