O falsificador de ouro preso em Rio do Sul nesta semana quase foi assassinado cerca de um mês e meio atrás. Conforme apuração da Polícia Civil, ele teria contratado um grupo para receber proteção pois vinha sendo ameaçado. Porém, usou supostas barras de ouro para fazer o pagamento e quando os homens descobriram ser material sem valor comercial, invadiram armados a casa do morador do Alto Vale.

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Toda a família dele ficou sob a mira de armas.

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De acordo com o delegado Diones Pavoni, no dia 7 de abril a Polícia Militar recebeu um pedido de socorro vindo da casa do falsificador. A esposa contava na linha que dois homens com pistolas em mãos tinham entrado na residência. A PM foi até o local e prendeu três pessoas. Na delegacia, o grupo contou que era da Bahia e tinha recebido cinco quilos do que era para ser ouro e lhes renderia cerca de R$ 1,5 milhão. Em troca, dariam proteção ao falsificador.

Entretanto, quando descobriram o golpe, voltaram a Santa Catarina em busca de dinheiro. Conforme o responsável pela investigação, naquele dia um policial militar, um atirador esportivo e um advogado foram presos por extorsão. Os dois primeiros são os que entraram no imóvel ainda estão detidos em Rio do Sul. O outro ficou no carro aguardando.

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A Polícia Civil recolheu as “barras de ouro” e ainda aguarda perícia para identificar o que é de fato o material. O falsificador reafirmou ao delegado que é o material é, sim, ouro e que ele seria dono de uma mina em Rondônia.

— Nesse inquérito, em tese, ele foi vítima, mas nas diligências posteriores é verificou-se que era crível essa situação que ele de fato tinha dado ouro falso para os homens, o que não os exânime dos crimes que eles praticaram — explica Pavoni.

Vídeo mostra teste nas barras de ouro

Imagens que a Polícia Civil teve acesso mostram que o falsificador fazia vídeos para enviar os clientes mostrando a autenticidade do produto. Em uma das gravações ele aparece testando as barras em imã e também com ácido.

O golpe nos argentinos

Passado um mês do episódio, ele negociou com argentinos 600 gramas de ouro e chegou a receber R$ 80 mil pelo produto. Outro depósito de R$ 85 mil deveria ser feito depois pelos “clientes”. Mas os compradores levaram a barra para análise de um especialista (ver vídeo abaixo) e descobriram que não ser ouro e sim uma liga de cobre e outros metais sem valor econômico. Os lesados voltaram ao Brasil para tentar recuperar o dinheiro, mas sem conseguirem nenhum centavo procuraram a delegacia.

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— Da maneira que eles [os argentinos] pretendiam realizar o negócio, estava irregular, até porque seria uma evasão de divisas, algo ilegal, mas como levaram metal sem valor tem o que chama de crime impossível, então não se enquadra em evasão de divisão ou outro crime fiscal que pudesse ser apurado. Mas de fato, se tivessem levado ouro verdadeiro, poderia se falar em eventual responsabilização [dos estrangeiros] — pontua o delegado.

No decorrer das investigações a Polícia Civil conseguiu um mandado de prisão preventiva do falsificador e um mandado de prisão para a casa dele. No local apreendeu os equipamentos usados na produção do material. Não havia dinheiro na casa e o delegado não descarta pedir o bloqueio de contas de homens para que seja possível restituir eventuais prejuízos. Segundo Pavoni, o falsificador responde a seis inquéritos por estelionato e com o golpe da barra de ouro teria feito outra vítima também em Apiúna.

O delegado acredita que mais pessoas tenham sido enganadas e orienta a procurar a polícia.

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