Finlandês expulso de Florianópolis matou dançarina e enterrou corpo em duna

A Polícia Federal expulsou, nesta segunda-feira (13), o cidadão finlandês Toni Antti Juhani Hakala, condenado pelo homicídio da dançarina Elisângela Cordovil Coelho, ocorrido em 2008 em Florianópolis. De acordo com a PF, a expulsão foi executada no Aeroporto Internacional de Florianópolis, de onde Hakala embarcou em voo para a Finlândia.

A medida cumpre decisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, após o estrangeiro ter ficado 17 anos no sistema prisional. Ao NSC Total, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) explicou que, inicialmente, a pena aplicada foi de 18 anos e 10 meses pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto de veículo.

Entretanto, apesar do finlandês ter permanecido por 17 anos na prisão, o descompasso atende pelo o que se chama de remição, “direito do preso que trabalha e/ou estuda, mesmo que internamente, reduzir os dias de condenação numa proporção de 3 dias trabalhados igual a um dia a menos de pena”.

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri), o finlandês não está sob custódia do sistema prisional catarinense desde 2018, quando obteve o livramento condicional. Até aquele momento, ele cumpria pena na Penitenciária Industrial de Joinville. Lá, de acordo com a Sejuri, ele exerceu atividades laborais em diferentes setores e empresas conveniadas ao sistema prisional, tendo direito à remição de pena conforme previsto na Lei de Execução Penal. Ele trabalhou em diversas funções dentro da unidade, mantendo boa conduta carcerária até o momento da soltura.

Em 2018, ao alcançar o livramento condicional, o acompanhamento da execução penal passou a ser de responsabilidade do Poder Judiciário da Comarca de Garopaba, já que ele havia informado que residia na região. Entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2023, Toni deixou de realizar as assinaturas obrigatórias no fórum, uma condição imposta pelo livramento condicional.

“O Ministério Público apontou esse descumprimento, e o finlandês foi intimado. À época, ele justificou que o período coincidiu com as restrições impostas pela pandemia. A partir de maio de 2023, ele retomou as assinaturas regularmente, mantendo-as em dia até 25 de agosto de 2025. O caso está sob análise do Judiciário de Garopaba, que deve decidir se a justificativa apresentada será aceita e, consequentemente, se haverá a decretação da extinção da pena por seu devido cumprimento”, descreveu a Sejuri em nota.

Todo o processo de expulsão foi conduzido pela Superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina, responsável pela escolta até o embarque. A partir de agora, o condenado está proibido de retornar ao Brasil.

Relembre o caso

O crime aconteceu em março de 2008, no bairro Rio Tavares, em Florianópolis. Segundo as investigações, Toni Hakala estrangulou a ex-namorada Elisângela após uma discussão, causando a morte por asfixia. A dançarina, de 29 anos, havia ameaçado denunciar o envolvimento do finlandês com o tráfico de drogas.

Com a ajuda de outro finlandês, Tero Valdemar Yijalã, Hakala utilizou o carro da vítima para transportar o corpo até a Praia do Moçambique, onde o enterrou em uma cova entre as dunas. O corpo de Elisângela foi encontrado 46 dias depois, em maio de 2008.

O julgamento ocorreu em 2009, no Tribunal do Júri da Comarca da Capital. Hakala foi condenado por homicídio duplamente qualificado, furto e ocultação de cadáver, com pena total de 18 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado. O juiz Luiz Cesar Schweitzer presidiu o júri, e o promotor Luiz Fernando Pacheco representou o Ministério Público.

Durante o julgamento, o réu negou o assassinato, mas admitiu ter ajudado a enterrar o corpo. A defesa tentou alegar falta de provas materiais, mas o tribunal considerou as evidências suficientes para a condenação.

*Sob supervisão de Giovanna Pacheco

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