Irmãos irão concorrer ao Senado e à presidência ano que vem. (Foto: Reprodução)
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que anunciou a pré-candidatura à presidência na última semana, revelou em uma entrevista à rádio CBN o motivo pelo qual o irmão mais novo, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), escolheu Santa Catarina para disputar as eleições do ano que vem. Carlos renunciou ao cargo de vereador no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (11) para disputar uma cadeira de senador por Santa Catarina
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— Carlos tem esse sonho de Santa Catarina, ele ama aquele estado, ele vive lá há vários e vários anos, ele é apaixonado por Santa Catarina, ele já faria esse movimento independente de qual fosse a minha decisão. Quando ele opta em ser pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, realmente não havia definição, nenhuma expectativa já definida de que eu seria candidato a presidente, portanto, abriria-se uma vaga para candidatura ao Senado no nosso estado, no Rio de Janeiro, já que eu era pré-candidato ao Senado no Rio de Janeiro — afirmou em entrevista à rádio CBN
Flávio afirma que Jair Bolsonaro (PL), que está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF), o escolheu como candidato a presidente nas eleições de 2026. O anúncio trouxe diversas reações, com disparada do dólar e queda na bolsa, e negociações por uma anistia para o pai, a qual Flávio apontou como “o preço a se pagar” pela candidatura.
A mudança de Carlos Bolsonaro para Santa Catarina, contudo, já vem sendo anunciada há mais tempo. Desde meados de agosto ele tem participado de eventos e encontros com outras lideranças no Estado, em um “esquenta” para a pré-candidatura, confirmada em outubro.
— Não influenciou em nada, ele já estava decidido, ele ama aquele estado, ele passou aqui sete mandatos de vereador como vereador da capital do Rio de Janeiro, ele já queria ir para lá, então ele vai de mala e cuia porque era o sonho dele que se Deus quiser vai se concretizar de agora ele poder ajudar o estado de Santa Catarina — completou Flávio.
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Entenda o impasse sobre Carlos Bolsonaro em SC em 12 fotos
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Jair Renan em SC: Carlos Bolsonaro não foi o primeiro filho do ex-presidente a migrar para SC. Em março de 2024, Jair Renan se filiou ao PL e anunciou a pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú, cargo para o qual foi eleito (Foto: Arquivo NSC)
O plano de Carlos em SC: a primeira vez em que membros da família Bolsonaro admitiram o plano de Carlos Bolsonaro concorrer ao Senado por um estado que não o Rio de Janeiro, incluindo SC e MT entre as opções, foi em julho de 2024 (Foto: Alan Santos, PR)
Carol e Júlia? Até início do ano, PL tinha as deputadas federais Carol de Toni e Júlia Zanatta como pré-candidatas ao Senado. Bolsonaro chegou a citá-las como nomes que apoiaria em entrevista. Cenário mudou após aproximação de Carlos com SC (Fotos: Arquivo NSC)
Articulação sobre João Rodrigues: antes de encampar pedido por Carlos, Jair Bolsonaro chegou a afirmar “ainda ter esperança” de ter prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), como candidato a senador na chapa de Jorginho Mello. Prefeito, no entanto, mira o governo (Foto: Reprodução)
Reação de entidades: os planos de Carlos Bolsonaro para concorrer em SC geraram reações de entidades. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou nota afirmando que o Estado não precisa “importar candidatos” (Foto: Reprodução)
Chegada de Carlos a SC: vereador do Rio, Carlos Bolsonaro debutou no Estado ao participar de protestos em favor da anistia em Criciúma (foto) e Florianópolis, no início de agosto. Dias depois, Jair Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada (Foto: Reprodução)
Gestos a Amin e risco a Carol: aproximação de Carlos Bolsonaro com SC coincidiu com sinais do governador Jorginho Mello de que deseja ter Esperidião Amin (PP) na chapa como candidato a senador, para atrair os partidos PP e União Brasil (Fotos: Arquivo NSC)
Onda de apoio a Carol: com Carlos e Amin como favoritos, o espaço para a candidatura ao Senado de Carol de Toni passou a se fechar, mas uma onda de apoio à deputada se formou, com manifestações até mesmo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Jornada de Carlos por SC: Carlos Bolsonaro iniciou uma jornada por mais de 10 cidades de Santa Catarina. Nos encontros, aproximou-se de Carol de Toni e passou a defender uma chapa “pura” do PL, com Carol e Carlos como candidatos ao Senado (Foto: Reprodução)
Visitas a Bolsonaro: com visita autorizada pelo STF, o governador Jorginho Mello visitou Jair Bolsonaro na casa dele, em Brasília, discutiu a chapa ao Senado e definiu que cada um indicaria um nome. Carol de Toni e Amin também visitaram Bolsonaro no último mês (Foto: Reprodução)
Ana Campagnolo x Eduardo Bolsonaro: deputada estadual comentou possível chapa com Carlos Bolsonaro e defendeu Carol de Toni, que segundo ela poderia até ter de mudar de partido. Eduardo Bolsonaro respondeu com críticas à catarinense (Fotos: Arquivo NSC)
Racha no Bolsonarismo: a troca de farpas desencadeou um debate público no PL, com manifestações contra e a favor do projeto de Carlos Bolsonaro em SC. Nomes como Flávio Bolsonaro e Jorge Seif fizeram publicações em defesa de Carlos (Fotos: Arquivo NSC)
“Causa maior”
Em postagem nas redes sociais nesta sexta-feira (12), Carlos afirmou que sua ida para Santa Catarina representa uma “missão” por uma “causa maior”. Na postagem, ele diz ter deixado para trás “no mínimo mais três anos de tranquilidade” caso optasse por seguir no mandato. “Após 25 anos de vereança, cumprindo uma missão e servindo a uma causa maior, sempre coloquei o trabalho acima de qualquer vaidade”, escreveu.
“Hoje, abro mão de dois recordes históricos de votação para dar continuidade ao nosso propósito – agora em um novo capítulo, alinhado com os anseios do Brasil que acreditamos e defendemos”, continuou.
O vereador também citou uma frase associada ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro: “Como meu Pai sempre disse: ‘Santa Catarina é o Brasil que deu certo!’”
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Ao justificar a mudança, Carlos afirmou assumir “novos compromissos” em SC com a intenção de “elevar ainda mais o legado” do ex-presidente. Disse ainda que pretende representar “com mais força” os “verdadeiros interesses do Brasil”.