A Secretaria de Saúde de Florianópolis fez um alerta sobre o aumento de acidentes envolvendo saguis e quatis na cidade. De acordo com a prefeitura, em 2025, foram notificadas 84 ocorrências com saguis e 15 com quatis — mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 34 casos com macacos e cinco com quatis.

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Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a alta está relacionada ao crescimento do fluxo de visitantes durante a temporada e à maior aproximação das pessoas com os animais silvestres, principalmente para alimentar, tocar ou tirar fotos.

Espécies circulam em diferentes regiões da cidade

Os quatis são animais nativos e estão presentes em toda Florianópolis. Na Ilha do Campeche, porém, a espécie foi introduzida por ação humana e é considerada invasora — o local concentra uma das maiores incidências de ocorrências envolvendo esses animais.

Já os saguis são uma espécie invasora em toda a Ilha de Santa Catarina e circulam por diversas regiões, sendo vistos em áreas de mata e locais próximos a trilhas e pontos turísticos, como a Lagoa do Peri e a Barra da Lagoa.

Veja fotos de quatis e saguis em Florianópolis

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Quais riscos mordidas e arranhões desses animais oferecem?

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, os animais oferecem riscos em mordidas ou arranhões:

— Apesar de parecerem dóceis, saguis e quatis são animais silvestres e podem reagir de forma imprevisível. Qualquer mordida ou arranhadura é considerada de risco para transmissão da raiva, uma doença grave e fatal aos humanos — alerta a diretora da Vigilância em Saúde da Capital, Lani Martinello.

Além disso, a oferta de alimento afeta o comportamento dos animais. Segundo ela, alimentos inadequados, como biscoitos, frutas industrializadas ou restos de lanche podem provocar doenças, desnutrição, alterações hormonais e dependência alimentar.

— A oferta de alimento muda o comportamento dos grupos, deixando-os mais propensos a interações conflituosas e estimulando que se aproximem cada vez mais dos humanos — explica a bióloga da Fundação Municipal do Meio Ambiente, Priscilla Tamioso.

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O que fazer em caso de acidente?

Em caso de acidente, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde. O protocolo prevê quatro doses da vacina antirrábica — a primeira no dia do incidente e as demais nos dias 3, 7 e 14 — além da aplicação de soro ou imunoglobulina diretamente no local da lesão.

Durante o atendimento inicial, também é verificada a situação vacinal da pessoa. Caso as vacinas contra tétano e febre amarela estejam desatualizadas, novas doses podem ser necessárias.

Distância mínima e cuidado com resíduos

Para evitar novos acidentes, a recomendação é manter distância mínima de cinco metros dos animais e não tentar interagir em nenhuma hipótese. Moradores e turistas também devem guardar alimentos em recipientes fechados durante trilhas, evitar deixar sacolas abertas e descartar corretamente o lixo, já que embalagens atraem saguis e quatis.

A orientação é redobrar a atenção com crianças, que tendem a se aproximar por curiosidade, aumentando o risco de mordidas e arranhões.

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