Com a busca incessante pela saúde e o aumento na liberação do uso de defensivos agrícolas no país, está em alta o hábito de consumo baseado em frutas, verduras e hortifrutis livres de agrotóxicos. Desde o início do ano, 410 foram aprovados entre janeiro e o dia 17 de outubro deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro. O aumento no número de resíduos têm deixado os consumidores cada vez mais expostos aos riscos causados por essas substâncias, de acordo com o médico da Ciatox, Pablo Moritz.
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Trabalhadores rurais do Estado que optam pela produção orgânica hoje recebem apoio do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), reconhecido como Entidade de Utilidade Pública pelo governo do Estado de Santa Catarina desde 1996. A Cepagro integra a Rede Ecovida de Agroecologia, formada por agricultores, organizações de apoio, agroindústrias e cooperativas de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
— Essa articulação em rede possibilita não só a criação de políticas públicas e programas que fomentam as iniciativas de produção diversificadas e de base agroecológica — afirma o técnico agrícola, Charles Lemb, que trabalha há 17 anos no Cepagro, onde atua na parte de coordenação de desenvolvimento rural da organização.
Na Cepagro, os agricultores recebem assessoria, suporte técnico e orientação para viabilizar a produção orgânica. Lemb conta que existem linhas de financiamento específicas para produtores orgânicos obtidas diretamente nos agentes financeiros.
— É fundamental a parceria direta com essas famílias, porque elas são as grandes promotoras dos conhecimentos e saberes que vão adquirindo a partir das orientações técnicas e das trocas entre elas — explica Lemb.
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Também é por meio da Cepagro que os produtores conseguem certificar as propriedades, uma garantia aos consumidores de que produtos são cultivados sem o risco de contaminação por agrotóxico, conforme o técnico agrônomo.
O certificado é reconhecido pelos órgãos de fiscalização do Ministério da Agricultura, por meio da lei 10.831, de 2003, que regulamenta a produção, o processamento, a rotulagem e comercialização dos produtos orgânicos no Brasil.
Em Florianópolis, atualmente, existem pelo menos cinco feiras e orgânicos ligadas à Rede Ecovida.
A representante da entidade, Tanea Mara Folmann, explica que outra modalidade que está crescendo muito é da entrega de cestas a domicílio e a da comunidade que paga um valor mensal e ajuda a sustentar a produção, o que permite uma aproximação do agricultor com o consumidor.
Ela trabalha com isso há oito anos e diz que a ação está em expansão, mas que ainda precisa crescer mais.
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Calendário de feiras de orgânicos de agricultores da Ecovida em Florianópolis
Segunda-feira – Noite – Campeche (Espaço Tipiti)
Quarta-feira – Manhã – UFSC (Igreja)
Sexta-feira – Manhã – UFSC (Ciências Agrárias)
Sábado – Manhã – Lagoa da Conceição (pracinha principal)
Sábado – Manhã – Campeche (Pequeno Príncipe)
Você conhece outras feiras de orgânicos em Florianópolis?
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A pesquisadora, professora da Univali, pós-doutoranda em agroecologia e paisagismo e especialista em segurança alimentar e agrotóxicos, Márcia Gilmara Marian Vieira, avalia que é necessário encontrar uma forma de incentivar feiras de orgânicos com políticas públicas:
— O método mais correto de identificar se o alimento é orgânico ou não é pela certificação. Ele deve possuir um selo ou está sendo comercializado em alguma feira certificada, com exclusividade de orgânicos. Defendo inclusive que o consumidor seja informado sobre a quantidade de agrotóxico que possui em todos os alimentos, do mesmo modo que isso é exigido a quem produz e comercializa orgânico — explica.
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