As fotos antigas com os principais brinquedos ainda em fase de construção e a decoração nostálgica surpreendem quem conhece o Parque Aquático Cascanéia. Era o início de uma das histórias mais improváveis do turismo catarinense. Em 1987, dois irmãos agricultores de Gaspar, Afonso e Querino Reinert, decidiram represar o ribeirão que cortava a propriedade da família e instalar algumas churrasqueiras ao redor. A ideia era simples: criar um espaço de lazer comunitário, em tempos em que o interior mal sonhava com parques aquáticos.

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O que começou como um passatempo familiar se transformou em um projeto ambicioso. O dinheiro arrecadado com o aluguel das churrasqueiras foi reinvestido em melhorias. Vieram a primeira piscina, o primeiro toboágua e, pouco a pouco, uma estrutura que começou a atrair visitantes de outras cidades do Vale do Itajaí.

Sem referência de parques modernos, os irmãos improvisaram e aprenderam na prática. O nome surgiu curiosamente: “Cascanéia” é uma fusão de “cascata” e “Cananéia”, que é o antigo nome da rua onde tudo começou. O apelido que os moradores usavam para a cachoeira local acabou batizando o parque, hoje sinônimo de lazer e hospitalidade em Santa Catarina.

Confira algumas fotos do parque antigamente

Na lista dos melhores do país

Trinta e cinco anos depois, o parque aquático ocupa mais de 100 mil metros quadrados, abriga mais de 25 atrações e já recebeu mais de 2,5 milhões de visitantes. Ele segue administrado pela família fundadora, agora na segunda geração, que comanda o Grupo Cascanéia, composto também pelo Resort Ecoar, inaugurado em 2020. Hoje, é presença constante entre os melhores parques aquáticos do país. O parque de Gaspar aparece ao lado de gigantes como o Beto Carrero World, o Hot Park e o Thermas dos Laranjais.

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Entre as atrações que chamam atenção, estão o Yoop, que é o balanço mais alto do Brasil, com 40 metros de altura, o tobogã Toboloko, com pistas de 250 metros e capacidade para até 25 pessoas simultaneamente, e o Abismo, um dos toboáguas half pipe mais altos do país. Mas o público também encontra áreas de lazer mais tranquilas, com cachoeiras, trilhas, restaurante, campo de futebol, playground, barco-pirata, quadras poliesportivas e hotel integrado ao parque.

As imagens antigas, hoje digitalizadas e guardadas como relíquias, são um lembrete visual do caminho percorrido do improviso à referência. O ribeirão ainda corta o terreno onde tudo começou, mas agora é ladeado por piscinas, toboáguas e famílias inteiras vivendo o que, um dia, foi apenas um sonho de verão.