Dois irmãos receberam transplantes de coração com duas semanas de diferença entre cada operação e o reencontro emocionou as equipes médicas do Hospital Santa Isabel, em Blumenau. A condição de saúde, os procedimentos delicados e a recuperação depois das cirurgias impediu que eles se encontrassem até esta quarta-feira (6), quando puderam se ver e se abraçar mais uma vez.

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Os procedimentos foram conduzidos pelo cirurgião cardiovascular Frederico José Di Giovanni e mobilizou equipes médicas e multidisciplinares, que são referência nacional em transplantes. O Hospital Santa Isabel já fez mais de 4,9 mil transplantes desde 1980, sendo 88 de coração — considerado o maior transplantador do Estado, com destaque também para a captação de órgãos para doação.

Paulo Henrique Paim, de 54 anos, foi o primeiro dos irmãos a ser transplantado, no dia 17 de julho. Ele foi diagnosticado com cardiomiopatia dilatada em fase terminal, que pode causar insuficiência cardíaca e levar à morte. Menos de uma semana depois de ser incluído na lista de espera para o transplante, surgiu um doador compatível.

“Evento bastante raro”

Por ser uma condição genética, o irmão José Mario Paim, de 49 anos, também foi diagnosticado com o mesmo problema no coração. Enquanto Paulo passava pelo transplante em Blumenau, José Mario foi internado às pressas em uma UTI em Florianópolis. Após uma piora, ele foi transferido com urgência para o Hospital Santa Isabel, em que precisou de suporte com assistência mecânica para viver até um coração compatível surgir. No dia 30 de julho, ele foi incluído na lista de espera em caráter emergencial e precisou aguardar somente um dia até que fosse transplantado no dia 1º de agosto.

— Faço transplantes há 25 anos e essa foi a primeira vez que dois irmãos precisaram e receberam transplantes quase simultaneamente. É um evento bastante raro. O sucesso dessa maratona pela vida só foi possível graças à atuação de uma equipe altamente preparada e multidisciplinar, envolvendo cirurgia cardíaca, cardiologia clínica, UTI, enfermagem, nutrição, psicologia e muitos outros profissionais — destacou o cirurgião Frederico José Di Giovanni, em nota.

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Paulo está com alta prevista para esta semana, e José Mario segue internado na UTI, mas o hospital garante que ele evolui bem. O HSI explica que casos como esse reforçam como a doação de órgãos é importante, além da eficácia do sistema estadual de transplantes.

Confira as fotos do reencontro dos irmãos

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