Há nove anos o governo do Egito iniciou o projeto da construção da Nova Capital Administrativa (NAC) do país. A megacidade, situada a 45 quilômetros do Cairo, está avaliada em cerca de R$ 300 bilhões e promete uma infraestrutura avançada, que deve colocar o país à altura das mais ricas cidades do Oriente Médio. O projeto, iniciado em 2015 e com anúncio de upgrade em janeiro deste ano, gerou polêmica visto que 30% da população egípcia vive em estado de pobreza.

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A cidade ocupa uma área de 700 km² e foi planejada para acomodar cerca de 6,5 milhões de habitantes e 1 milhão de moradias. Sua localização estratégica próxima ao Canal de Suez, uma das principais rotas marítimas do mundo, ressalta a importância econômica e geopolítica deste projeto. A Nova Capital também é uma parte fundamental da “Egypt Vision 2030”, um plano estratégico de desenvolvimento sustentável promovido pelo presidente Abdel Fattah el-Sisi, o General Sisi.

O projeto contempla a construção das instalações do governo, como palácios presidenciais, embaixadas e as sedes do Parlamento e de 18 ministérios. Mesmo sem estar concluída, em 2023, todos os ministérios foram transferidos para a nova cidade, e o parlamento seguiu em 2024. Atualmente, cerca de 48 mil funcionários públicos já trabalham na Capital, com muitos residindo na cidade ou recebendo subsídios de transporte.

Além dos prédios administrativos, a cidade egípcia foi projetada para ter uma infraestrutura de ponta, incluindo um parque central, lagos artificiais, aproximadamente 2 mil instituições de ensino, 18 hospitais e um hotel com 40 mil quartos. O Green River Park, que será o maior parque verde do mundo, terá 35 quilômetros de extensão. A cidade também promete ser um novo polo turístico, complementando as tradicionais atrações egípcias com uma oferta moderna de entretenimento e cultura.

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Por que construir uma nova capital para o Egito

Segundo o Serviço de Informação do país, a construção da Nova Capital no deserto do Cairo é uma forma de lidar com a crescente superlotação do Cairo, que atualmente abriga cerca de 22 milhões de pessoas, estimada para chegar a 40 milhões até 2040. O projeto surgiu como uma alternativa para desafogar a cidade histórica.

Projeto ampliado

O projeto da cidade no deserto do Cairo foi Inicialmente orçado em 46 bilhões de dólares, porém, o custo da construção subiu para 58 bilhões de dólares após a conclusão da primeira fase, que abrangeu aproximadamente 170 km². Esta fase inicial já incluiu a construção de edifícios governamentais, como uma esplanada de ministérios e a nova sede do Senado do Egito.

A cidade do presidente egípcio ainda está longe de ser concluída, e os altos custos com a construção da cidade podem acarretar em uma crise econômica para o governo do Egito, como aconteceu com o Brasil na migração da capital para Brasília, nos anos 60. Por outro lado, a Capital Administrativa atraiu investimentos significativos de países como Arábia Saudita, China e Emirados Árabes Unidos, impulsionando a economia local e gerando empregos.

Veja fotos dos monumentos da cidade

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*Sob supervisão de Andréa da Luz

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