Os dias 27 e 28 de março de 2004 foi marcado por um evento climático que entrou para a história de Santa Catarina e de todo o Brasil. O Furacão Catarina atingiu o Sul do Estado com ventos de até 180 km/h e foi considerado inédito no país. Foram registrados 11 mortos e mais de 78 feridos decorrentes da tragédia.
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O fenômeno deixou um rastro de devastação, fazendo 14 municípios declararem calamidade pública e sete decretarem situação de emergência. O total de desabrigados e desalojados ultrapassou os 33 mil, além de um prejuízo econômico de aproximadamente R$ 850 milhões.
Descoberta do furacão
Na quarta-feira, dia 24 de março de 2004, os meteorologistas da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) perceberam alterações no oceano. A meteorologista Gilsânia Cruz, esclarece que, ao contrário dos ciclones, o furacão é formado no mar, indo em direção à costa e ganhando força. O Catarina se formou assim, aliado às águas quentes no Atlântico Sul e um bloqueio atmosférico.
O engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho foi o primeiro a alertar a mídia sobre o fenômeno em Santa Catarina. Com suas previsões do tempo em emissoras de rádio de todo o estado, ele comunicava a chegada de algo jamais antes visto, e apesar da desconfiança de alguns, o Catarina chegou.
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— Naquele dia 26 de março de 2004, a previsão indicava algo fora do comum. Os modelos mostravam ventos assustadores e uma pressão atmosférica anormal. Lembro como se fosse hoje: muitos duvidaram, acharam exagero, até riram. Mas mesmo assim, fui em frente. Usei rádio, telefone, o que fosse necessário pra avisar as pessoas — afirma Coutinho.
O fenômeno foi classificado na categoria 2 na escala Saffir-Simpson, que é uma classificação de furacões de 1 a 5 que se baseia na velocidade máxima sustentada do vento. Para Coutinho, o estrago poderia ter sido maior caso as informações não fossem dadas com antecedência.
O fato também foi marcante para uma virada de chave. Segundo a Defesa Civil, a partir daquele episódio, o estado passou a investir em equipamentos e profissionais, que pudessem descobrir e alertar novos acontecimentos.
Veja fotos da destruição causada pelo Catarina
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