Betina Backes nunca viu nada parecido acontecer em Sinimbu, no Rio Grande do Sul: a casa onde a mãe dela, de 81 anos, mora, foi completamente levada pela água dos rios Pardinho e Pequeno, que subiram rapidamente e alagaram completamente a cidade.

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O Rio Grande do Sul vive uma situação catastrófica em função das chuvas nesta semana. Até esta quinta-feira (2), ao menos 24 pessoas morreram e 14,5 mil pessoas estão fora de casa. A mãe de Betina é uma das pessoas desalojadas.

A idosa viu a água subir rapidamente na tarde de terça-feira (30), em questão de pouco mais de uma hora, até a casa onde mora, local onde isso nunca havia acontecido. Junto com uma cuidadora, ela pulou uma cerca e saiu pelos fundos da casa, em direção ao ponto mais alto de Sinimbu. A família estima que a água tenha subido cerca de 1,7 metro dentro da casa.

Tudo foi perdido: móveis, roupas, eletrodomésticos, e lembranças da família, uma das mais tradicionais da cidade. Assim que a água baixou, um primo de Betina foi até a cidade buscar a idosa para levá-la a Santa Cruz do Sul, cidade vizinha, onde a situação é mais tranquila.

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— Foram as piores 24 horas da minha vida — narra Betina, que atualmente mora em Florianópolis. O plano dela é de ir até o Rio Grande do Sul assim que a situação possibilitar a viagem.

Veja a situação em Sinimbu e no RS


Já a gaúcha Nicole Hermes Mainardi assiste de longe a situação em Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul, onde a família dela mora. Natural da cidade gaúcha, a advogada vive em Chapecó, Oeste de Santa Catarina, há seis anos.

Apesar da região onde a família de Nicole mora não ter sido afetada pelas chuvas intensas, o interior do município vê o caos acontecer: todas as pontes de acesso a Arroio do Tigre foram levadas pela água e a cidade ficou isolada.

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— Eles estão bem, mas assustados, pois está um caos a situação — pontua.

Arroio do Tigre fica a cerca de 130 quilômetros de Santa Maria, outra cidade fortemente afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Situação no Rio Grande do Sul

Segundo informações do g1, 21 pessoas estão desaparecidas. Há 147 cidades gaúchas que registraram inundações, quedas de barreiras e deslizamentos de terra. As áreas que mais sofrem são as regiões Central, dos Vales, Serra e Metropolitana de Porto Alegre.

Ao menos 67,8 mil pessoas foram atingidas pelo temporal, segundo o boletim mais recente do governo do Rio Grande do Sul. Já são 14,5 mil moradores fora de casa, 4.599 em abrigos e 9.993 desalojados (na casa de familiares ou amigos).

Maior desastre do RS

Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o temporal “será o maior desastre do Estado”. O governador comparou a situação com as tragédias de 2023, que deixou dezenas de vítimas, além de admitir a dificuldade de resgatar todos os afetados.

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— Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O Estado tem tido dificuldades para acessar as localidades — disse Leite.

Na quarta-feira, o Rio Grande do Sul publicou a decisão extra do Diário Oficial do Estado, onde declarou estado de calamidade pública devido aos “eventos climáticos de chuvas intensas”.

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