Deve ser transferido para o presídio de Itajaí nesta segunda-feira (13) o homem preso em São Paulo apontado como responsável por aplicar golpe em pelo menos 25 idosos em Santa Catarina para ostentar uma vida de luxo. Os crime ocorreram entre maio de 2020 e fevereiro de 2023, em várias cidades.
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De acordo com a delegada Beatriz Ribas, que comandou a investigação, o homem abordava idosos nas agências de autoatendimento do Banco do Brasil, supostamente para oferecer ajuda, momento em que hackeava a conta da vítima e fazia saques, empréstimos e transferências para contas de terceiros.
O banco está prestando auxílio nas investigações e disponibilizou imagens do circuito interno de câmara que mostram o homem aplicando o golpe em Itapema, São José, Imbituba, Tubarão, Paulo Lopes, Palhoça, Balneário Camboriú, Navegantes, Blumenau, Tijucas, Guaramirim, Barra Velha e Piçarras.
Além de Santa Catarina, ele também teria cometido crimes em São Paulo e Minas Gerais.
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A história veio à tona após um idoso de Piçarras ter R$ 19 mil furtados pelo golpista. Não há, ainda, estimativa do prejuízo total.
A ordem de prisão preventiva foi cumprida em Miracatu (SP), onde o homem de 35 anos estava morando em um condomínio de alto padrão fechado, tinha carros de luxo e levava uma vida de ostentação, segundo a polícia. Desde o dia da prisão ele estava na cadeia de Registro.
Uma lista com as datas e agências onde ocorreram alguns dos golpes foi divulgada na tentativa de identificar mais vítimas do golpista. A recomendação é que essas pessoas procurem a delegacia mais perto de casa e registrem um boletim de ocorrência ou liguem para (48) 3665-9500.
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Data do golpe e agência bancária onde ocorreu
01/05/2020 (agência 3164) – Itapema Meia Praia
24/05/2020 (agência 5271) Atlântico Sul
13/03/2021 (agência 3013) Barreiros/São José
13/03/2021 (agência 1408) Imbituba
13/03/2021 (agência 0201-00) Tubarão
27/03/2021 (agência 5314) Paulo Lopes
27/03/2021 – agência 0201 Tubarão
28/03/2021 – agência 5362 Centro Palhoça
28/03/2021 – agência 1489 Balneário Camboriú
02/04/2021 – agência 4229 Navegantes
02/04/2021 – agência 3432 Escola Agrícola/Blumenau
27/05/2021 – agência 2638 São José
03/06/2021 – agência 0201 Tubarão
03/06/2021 – agência 2723 Tijucas
03/06/2021 – agência 5314 Paulo Lopes
04/06/2021 – agência 0201 Tubarão
04/06/2022 – agência 2638 São José
03/07/2022 – agência 3126 Garcia/Blumenau
11/09/2022 – agência 3257 Balneário Piçarras
05/11/2022 – agência 1498 Barra Velha
19/11/2022 – agência 2095 Guaramirim
14/01/2023 – agência 2307 XV de Novembro/Blumenau
14/01/2023 – agência 3257 Balneário Piçarras
29/01/2023 – agência 1498 Barra Velha
11/02/2023 – agência 3047 Capoeiras/Florianópolis
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Como era aplicado o golpe
O autor do crime ia até a sala de autoatendimento do Banco do Brasil, geralmente no horário da manhã, para vigiar os idosos que utilizando os caixas. Ele se aproveitava da vulnerabilidade dos idosos para enganá-los, se aproveitando da dificuldade que encontram para utilização dos caixas.
O autor do golpe ia até um caixa eletrônico, fingia utilizar uma das máquinas e ali emitia um papel, supostamente retirado do equipamento por ele utilizado. No papel constava informação sobre a necessidade de recadastramento da biometria.
Ele ficava aguardando a saída do idoso do caixa onde estava fazendo a transação bancária e o abordava. Dizia então ao idoso que ele precisa recadastrar a biometria, pois se não cadastrar será cobrada uma tarifa bancária, no valor aproximado de R$ 79.
Diante desta informação, o idoso pega o papel do criminoso e volta para o caixa, para tentar recadastrar a biometria. Porém, não consegue, pois o cadastramento já existe. O criminoso então se passa por pessoa de boa fé e oferece ajuda para a vítima, afirmando que acabou de fazer o cadastramento e deu certo.
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A vítima de imediato aceita a ajuda, para evitar a cobrança da suposta tarifa inventada pelo criminoso.
Enquanto finge ajudar a vítima, se valendo do conhecimento do sistema do Banco do Brasil, de forma extremamente rápida e ágil, sem que o idoso perceba, utiliza a mão esquerda e prepara a máquina para que efetue uma transferência de valores.
Quando o idoso coloca o dedo sobre o espaço da biometria, a transação já se efetiva e o dinheiro imediatamente sai da conta da vítima e vai para as contas escolhidas pelo autor.
O golpista utiliza normalmente conta de “laranjas”, que imediatamente sacam o dinheiro ou transferem para outras contas, como forma de pulverizar e diluir a quantia, para dificultar o rastreamento e bloqueio dos valores integralmente.
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Quando não existe valor expressivo na conta do idoso, o autor contrai empréstimos em nome da vítima, deixa a solicitação pronta na máquina, só esperando a confirmação da biometria da vítima. Quando o idoso coloca o dedo, acreditando estar cadastrando sua biometria, autoriza a transação com a digital e efetiva a fraude planejada pelo criminoso.
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