A ligação entre o magnata Jeffrey Epstein e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ser foco de questionamentos nesta quarta-feira (12), após novos arquivos da investigação sobre abuso sexual de menores e tráfico humano envolvendo o bilionário serem divulgados.

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Trump declara que os dois foram amigos no passado, mas que romperam a relação há anos, e nega ligação com os crimes. Contudo, durante sua campanha ele chegou a prometer que uma “lista” de clientes do abuso sexual infantil seria divulgada.

Essa “lista” seria um suposto documento que estaria entre as anotações de Epstein. Em fevereiro, o Departamento de Justiça publicou alguns documentos do caso, porém sem novidades.

Contudo, desde então o presidente começou a negar a existência desse material, além de minimizar o caso, chamando de “idiota” quem “ainda se importava com isso”. O Departamento de Justiça o alertou em maio que ele era um dos nomes que aparecida nos documentos de Epstein.

De acordo com e-mails publicados pelo Congresso dos EUA nesta quarta, Jeffrey Epstein afirmou que o presidente Trump, “sabia” de suas condutas. Em uma certa ocasião, ele “passou horas” em sua casa com uma vítima de abuso.

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Os democratas do Congresso veem os e-mails como um indicador de dúvidas sobre a relação entre Trump e Epstein. A Casa Branca acusou os democratas do Congresso de “vazamento seletivo” dos e-mails com o intuito de interferir na reputação de Trump

Epstein foi acusado de ter abusado de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual. Preso em julho de 2019, autoridades dos EUA afirmam que ele tirou a própria vida depois de um mês na prisão. O caso ganhou maior alcance desde então.

O caso Epstein representa uma crise para o governo Trump, já que mesmo apoiadores do presidente têm questionado as possíveis ligações e pedem a publicação dos documentos ligados ao bilionário. Mesmo negando, Trump tem sofrido pressões, inclusive por sua base aliada.

Há diversas teorias que alimentam o caso, muitas conspiratórias, que ficaram conhecidas e passaram a ter influência na política americana. A maioria coloca o magnata como um exemplo da elite corrupta protegida pelo que chamam de “Estado profundo”.

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Diversas figuras do entorno de Trump já se posicionaram de forma crítica contra o caso Epstein, que não teve um avanço significativo nas investigações. O ex-marqueteiro de Trump, Steve Bannon, e o vice-presidente JD Vance já se manifestaram favoráveis pela divulgação dos arquivos de Epstein.

Em junho, durante a saída do bilionário Elon Musk do governo Trump, ele fez uma série de publicações contra o republicano, incluindo uma fala em que afirmava que Trump era citado nos arquivos do caso e por isso não teria divulgado os documentos.

É fato que os dois se conheciam e eram vistos juntos, o que pode ser registrado em diversas fotografias e em uma entrevistada publicada em 2002 à revista New York. Na época, Trump disse conhecer Epstein havia 15 anos, o chamou de um “cara fantástico”, e declarou: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”.

*Com informações de g1 e O Globo