A greve dos servidores públicos de Florianópolis já traz reflexos nos serviços de saúde e educação. De acordo com informações da NSC TV, alguns postos de saúde estão com os atendimentos afetados devido a paralisação, anunciada nesta quarta-feira (13) pela categoria. O motivo é a entrega do projeto que prevê mudanças no sistema de previdência da Capital à Câmara de Vereadores.

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O executivo informou que deve divulgar ao longo do dia um balanço com as unidades afetadas. A orientação da Prefeitura de Florianópolis é de que os pais entrem em contato com escolas e núcleos de educação infantil antes de levarem as crianças para as unidades. O mesmo alerta vale para a população que possui consultas agendadas em postos de saúde. O Alô Saúde Floripa, serviço de telemedicina municipal, também é uma opção oferecida pela prefeitura.

O repórter Juan Todescatt, da NSC TV, percorreu as ruas de Florianópolis na manhã desta quinta-feira e percebeu uma movimentação normal nas escolas, principalmente nos núcleos de educação infantil, que atendem mais de 15 mil crianças.

Já segundo a repórter Ana Cristina Machado, a situação nos postos de saúde é diferente. Na unidade do bairro Trindade, por exemplo, o atendimento é normal. Porém, no bairro Itacorubi, alguns médicos aderiram a greve e não vão trabalhar nesta quinta-feira. Pessoas que esperavam por atendimento no local desde às 8h disseram que foram surpreendidas pela paralisação.

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Reforma da previdência

A proposta foi enviada nesta terça-feira para avaliação da Câmara de Vereadores e aumenta a idade de aposentadoria para homens e mulheres no município, assim como a aposentadoria por tempo de contribuição.

Atualmente, a idade era de 65 anos para homens e 60 para mulheres, ambos com dez anos de contribuição. Com a proposta, a idade para homens permaneceria a mesma, mas a aposentadoria só seria possível com, no mínimo, 25 anos de contribuição. Para as mulheres, o tempo de contribuição também se altera, além de elevar a idade mínima para 62 anos.

Por tempo de contribuição, antes homens podiam entrar com o processo de aposentadoria a partir de 60 anos, enquanto as mulheres podiam solicitar a partir dos 55. Agora, esse tipo de aposentadoria será unificada com a idade, se aprovada a proposta.

A proposta não deve aumentar taxas, mas também muda a forma de contribuição de aposentados e pensionistas, onde a contribuição do INSS passa a ser sobre o que ultrapassa 2 salários mínimos, ou seja, a alíquota se aplica para todos os aposentados sobre os valores acima disso.

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Outras mudanças envolvem a aposentadoria de pessoas com deficiência, por exemplo. Antes a aposentadoria era integral para doenças graves, doenças profissionais e acidente de trabalho. A partir de agora, passa a ser apenas para doenças profissionais e acidentes de trabalho.

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), em nota, avaliou, ainda nessa quarta-feira, a proposta de reforma como ataques contra o serviço público e “parte do plano de destruição das nossas aposentadorias”.

Ainda, o sindicato alega que o projeto aumenta o tempo de serviço de contribuição, além de impactar a aposentadoria especial e taxar aposentados. Há também a alegação de descumprimento do acordo firmado para chamar efetivos do concurso público no magistério e na saúde.

“A greve é uma resposta firme ao prefeito que iniciou seu segundo mandato mostrando que investir no serviço público não será sua prioridade”, diz a nota.

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Já a Prefeitura de Florianópolis também se manifestou nesta terça-feira:

“A greve deflagrada hoje pelo SINTRASEM, por tempo indeterminado, acontece mesmo antes do início das discussões do projeto da Reforma da Previdência, enviada hoje (12) à Câmara de vereadores. O projeto busca garantir a aposentadoria dos servidores e tem o objetivo de recuperar a capacidade de manutenção do fundo previdenciário.

“O sistema previdenciário está com um rombo de 8 bilhões, que se acumula desde 1999. Ninguém quis mexer antes e a bola de neve foi aumentando. Se continuar, a Prefeitura não vai conseguir pagar as aposentadorias em alguns anos. O que estamos propondo é uma adequação a algo que o Governo Federal já fez. A discussão agora é na Câmara de vereadores e o sindicato anuncia greve, penalizando também os serviços para a população”, enfatizou o Prefeito Topázio Neto“.

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