A volta dos trabalhos no Congresso Nacional foi marcada por uma disputa diferente da habitual entre os parlamentares da base do governo Lula e de oposição: a “guerra dos bonés”.

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A primeira “batalha” ocorreu ainda no sábado (1º), na eleição para a presidência do Senado, quando o ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, chegou à Casa com um boné azul estampado com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. A autoria do lema foi atribuída pelo ministro ao marrqueteiro Sidônio Palmeira, novo ministro da secretaria de Comunicação do governo federal.

O boné surgiu como uma resposta ao boné vermelho usado por Donald Trump, com um slogan da campanha do bilionário, “Make America great again” (faça a América grande de novo, em tradução livre). As iniciais da frase inspiraram o movimento “Maga”, corrente ideológica liderada por Trump nos Estados Unidos.

No dia da posse de Trump, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apareceu em público com um boné vermelho com a mesma frase pró-Trump. O gesto foi encarado como mais um sinal de apoio do bolsonarista Tarcísio à ala mais fiel ao ex-presidente. Como resposta, o grupo político de Lula decidiu adotar o acessório, mas na cor azul e com a frase de Sidônio.

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O boné governista foi usado por Padilha, pelo líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e começou a ser adotado também por outros parlamentares governistas nos últimos dias. Nesta terça-feira (4), foi a vez do próprio presidente Lula fazer uma postagem com uma foto vestindo o boné azul na cabeça.

Veja deputados de SC e políticos que aderiram aos bonés

Boné azul de Lula surgiu como resposta

A estratégia de marketing da gestão Lula não ficou sem resposta da oposição. Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro apareceram no Congresso na primeira sessão do ano, na segunda-feira, com bonés de cores verde e amarela, com inscrição “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”. Eles também levaram pacotes de café e picanhas para o plenário para criticar o preço dos alimentos.

A adesão ao acessório e a repercussão sobre a “guerra dos bonés” foi encarado por estrategistas como um acerto da comunicação do novo ministro da pasta Sidônio Palmeira. Em contrapartida, a divulgação do caso inflamou a oposição a responder com críticas ao preço dos alimentos, tema sensível no atual momento do governo Lula e que recebe atenção da equipe econômica para a definição de medidas de controle ao longo de 2025.

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