O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta segunda-feira (17) o nome de Gustavo Montezano para assumir a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele assumirá a vaga de Joaquim Levy, que pediu demissão do cargo no domingo (16), após sofrer críticas do presidente Jair Bolsonaro.

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A escolha segue a estratégia que Guedes considera bem-sucedida até o momento de nomear para sua equipe "jovens banqueiros", relatam auxiliares do ministro. Atualmente com 38 anos, Montezano foi sócio-diretor do BTG Pactual, com atuação nas áreas de crédito e commodities. Os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, têm perfis semelhantes, vindos do mercado financeiro, e são bem avaliados por Guedes.

Aos colegas de mercado financeiro, Montezano conta ser amigo próximo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Cita nominalmente Flávio e Carlos, de quem conta ter sido inclusive vizinho. Com isso, não se sabe ainda como ele vai interagir com os técnicos do banco.

Com a escolha, o ministro espera acalmar as expectativas do mercado e afastar eventuais temores sobre possíveis ingerências políticas de Bolsonaro nas decisões da equipe econômica. A principal orientação de Bolsonaro é de que o novo presidente identifique onde foram investidos os recursos usados em operações concedidas durante os governos do PT.

Para a equipe de Guedes, entretanto, a prioridade de Montezano será avançar na venda de ativos em poder do BNDES e se empenhar em fornecer apoio técnico para as privatizações do governo federal.

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Na pasta, o entendimento é que o novo presidente tem alinhamento à agenda defendida por Guedes. Montezano, inclusive, é mais um nome da equipe econômica que estudou no Ibmec -escola fundada por Guedes. Graduado em engenharia pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), ele é mestre em Finanças pelo Ibmec. Montezano tem 17 anos de carreira no mercado financeiro.

Demissão de Levy

Joaquim Levy pediu demissão do cargo de presidente do BNDES na manhã deste domingo(16) um dia após ter sido alvo de críticas do presidente da República. No sábado, Bolsonaro disse que Levy estava "com a cabeça a prêmio há algum tempo", afirmou o presidente em frente ao Palácio da Alvorada.

O motivo do descontentamento, afirmou Bolsonaro, foi a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES, responsável pelos investimentos do BNDESPar, braço de participações acionárias do banco de fomento, que administra carteira superior a R$ 100 bilhões.

O presidente pediu que Levy demitisse o diretor. Para Bolsonaro, o nome deste não era de confiança, e "gente suspeita" não poderia ocupar cargo em seu governo. Ainda na noite de sábado (15), Barbosa Pinto entregou a carta de renúncia ao cargo. Ele foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

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