O ex-companheiro de Rosimeri Rabelo Torquato, vítima de um feminicídio registrado em fevereiro deste ano, foi condenado a quase 40 anos de prisão em Criciúma, no Sul de Santa Catarina. A sentença foi divulgada na terça-feira (2), e o homem deve cumprir a pena em regime inicialmente fechado.
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Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a vítima foi morta asfixiada e com duas facadas no pescoço porque o réu não aceitava o fim do relacionamento, que durou 35 anos. O julgamento ocorreu já sob a nova lei que transforma o feminicídio em um crime autônomo, e não mais uma qualificadora do homicídio.
O Tribunal do Júri fixou a pena em 39 anos, oito meses e 10 dias. Os jurados acolheram integralmente a tese do Ministério Público e reconheceram todas as qualificadoras da denúncia. Conforme a decisão, o crime foi cometido por motivo torpe, com recurso que impediu a defesa da vítima, atacada enquanto dormia, além de envolver asfixia e meio cruel, circunstâncias que aumentam a pena. Ainda cabe recurso.
Relembre o caso
De acordo com o MPSC, representado pelo Promotor de Justiça Carlos Eduardo Tremel de Faria, na noite anterior ao crime Rosimeri contou aos filhos que dormiria com a porta do quarto trancada, pois estava com medo do comportamento do marido nos últimos dias.
O casal já não vivia como marido e mulher havia cerca de um mês, mas ainda dividia a mesma casa. Rosimeri dormia em um quarto separado e aguardava a assinatura do divórcio. Na semana do assassinato, os dois deveriam assinar os documentos da separação, mas o réu não compareceu, e a vítima precisou reagendar o procedimento para poucos dias depois.
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Durante a madrugada de 16 de fevereiro, enquanto ela dormia, o homem entrou no quarto, colocou um pano na boca da vítima para asfixiá-la e desferiu dois golpes de faca em seu pescoço. Em seguida, fugiu da residência. Imagens de uma câmera de segurança de um vizinho registraram o suspeito deixando o local por volta das 4h, o que permitiu que os filhos o identificassem.
Rosimeri foi encontrada sem vida na manhã seguinte por uma amiga, que estranhou sua ausência e decidiu ir até a casa.