Um homem que utilizava documentos falsos do filho falecido do atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi preso preventivamente nesta quarta-feira (30) em Florianópolis. Ele é suspeito de alugar imóveis no nome de diversas pessoas, entre eles o filho do governador. 

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Ronaldo Ramos Caiado Filho, de 40 anos, foi encontrado morto em uma fazenda do estado goiano, em julho deste ano. Desde então, seus documentos estavam sendo utilizados para alugar imóveis na Capital Catarinense.

Segundo a Polícia Civil, o homem suspeito fechava contrato com os proprietários dos apartamentos e casas e quando os aluguéis venciam, ele roubava os bens e fugia do local. Uma mulher é suspeita de participar das fraudes.

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O casal possuía em mãos documentos falsos de diversas pessoas, entre eles de um ex-jogador do Figueirense, Rosendo Júnior, e CEO do grupo DASA, Pedro Godoy Bueno. 

Os dois confessaram o crime em depoimento, segundo o delegado responsável pelo caso, Atílio Guaspari Filho. Ele vai responder por estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e furto. Já a mulher foi presa por falsificar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e um contra-cheque “com objetivo de enganar uma imobiliária”, informou a Polícia Civil.

Falta de segurança no sistema de identificação

A possibilidade de emitir uma carteira de identidade por estado, em um mesmo nome, é um grande problema de sistema no Brasil, conforme o que explica o diretor da Polícia Científica de Santa Catarina, Fernando Luiz de Souza. A situação deve ser resolvida apenas em 10 anos, quando apenas um documento de identificação será válido – a nova identidade que com um número único

— Os problemas [de fraude] só serão solucionados quando todos os estados estiverem utilizando o sistema biométrico para garantir a unicidade dos dados. Enquanto isso, vai ter fraude. Nós tivemos crimes no Brasil onde as pessoas criminosas pegam a certidão de outra pessoa e fazem a identidade em outro Estado. Tem muito criminoso que já está preso e segue sendo procurado por um outro nome — explica.

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— A gente não vai conseguir resolver a situação já existente da noite para o dia, são anos de problemas e de insegurança com o documento antigo. Para fazer a identidade, até agora, por exemplo, era só só entregar certidão de nascimento ou casamento, e isso é público. Qualquer pessoa pega, e por isso que tem tantos golpes e fraudes. O decreto de 2022 prevê que todos os documentos já emitidos pelos Estados passem a ter validade automática de 10 anos, que mesmo sendo um prazo usado nunca foi oficializado — continua.

A nova carteira de identidade, que vai padronizar o documento no país, começou a ser emitida em alguns estados em julho. Santa Catarina ainda não tem data para realizar a mudança. 

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