A tarde de sexta-feira (7) parecia apenas mais um dia de vento forte no Oeste catarinense quando, às 17h em ponto, o presidente da Coopertrax, Marcos Tortelli, percebeu que algo diferente se aproximava. Do escritório administrativo da cooperativa, em Xanxerê, ele viu o tempo “fechar de uma vez” e decidiu ligar para os colaboradores que trabalhavam no barracão recém-inaugurado. Minutos depois, a estrutura seria destruída pelo tornado que atingiu a cidade.
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— Já estava ventando bastante, mas quando escureceu daquele jeito eu liguei e pedi para tirarem os caminhões de dentro, fecharem os portões e se protegerem. Pensei que poderia dar um vento forte, derrubar uma platibanda [espécie de muro]… Mas nunca imaginei que seria um tornado — lembra.
Do outro lado da linha, seis trabalhadores estavam dentro do barracão, que abrigava o setor de mecânica. Outros 14 funcionários estavam no administrativo. Todos conseguiram se abrigar a tempo, e ninguém se feriu.
“O tornado arrancou os pilares pela metade”
A sede nova da Coopertrax havia sido inaugurada em janeiro deste ano, depois de seis anos de trabalho para viabilizar a construção. O prédio, erguido com recursos próprios e planejado para ser definitivo, não resistiu aos ventos extremos.
O prejuízo, segundo Tortelli, deve chegar a quase R$ 2 milhões, entre estrutura e peças danificadas.
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— Ele arrancou todos os pilares. Quebrou no meio e levou tudo. Foram menos de 10 segundos. Quando me dei conta, o barracão já tinha desaparecido da janela — relata.
O presidente gravou parte do fenômeno enquanto o tornado se aproximava da empresa. Ele conta que só começou a filmar porque o alerta da Defesa Civil já indicava risco alto, e porque a região é reconhecida como rota de passagem de tornados, inclusive o mesmo que atingiu Xanxerê há 10 anos também passou próximo dali.
“É tristeza pela estrutura, mas gratidão porque ninguém se machucou”
Mesmo diante da destruição, Tortelli reforça que o sentimento predominante é de alívio.
— Seis pessoas estavam no barracão e 14 aqui no administrativo. Ninguém se machucou, nenhum arranhão. Danos materiais a gente resolve, constrói de novo. Vida não tem como recuperar — disse emocionado.
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O presidente afirma que a cooperativa já trabalha para reorganizar as atividades e avaliar formas de reconstrução. Segundo ele, o importante agora é garantir o suporte aos colaboradores e reorganizar a estrutura mínima de funcionamento.
Antes e depois
A Coopertrax disponibilizou fotos que mostram o contraste entre a sede nova, inaugurada em janeiro, e o cenário deixado após a passagem do tornado. O local, que havia sido planejado como marco da nova fase da cooperativa, ficou completamente destruído.







