A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um suposto esquema de espionagem montado na Agência Brasileira de Informações (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O relatório final pede o indiciamento de 35 pessoas, entre elas o ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou o órgão. As informações são da jornalista Daniela Lima, do g1.

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Para a PF, Ramagem estruturou o esquema de espionagem ilegal de pessoas consideradas pelo governo do ex-presidente como adversárias. Carlos é apontado como o chefe do gabinete do ódio, que usava as informações obtidas ilegalmente para atacar publicamente os alvos por meio das redes sociais. Já Bolsonaro, segundo os investigadores, sabia e se beneficiava do esquema.

O inquérito também pede o indiciamento de Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da Abin e delegado de Polícia Federal. Segundo a PF, a atual gestão teria agido para obstaculizar as apurações, que se desenrolaram sob o governo Lula.

O que diz a investigação

As investigações indicaram que policiais, servidores e funcionários da Abin formaram uma organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores durante a gestão Bolsonaro.

Conforme o relatório, os servidores da Abin usavam instrumentos adquiridos pela agência durante os governos Bolsonaro e Michel Temer (MDB) para coletar ilegalmente informações e alimentar o gabinete do ódio.

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Entre os alvos da espionagem estavam autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo, além de jornalistas. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estaria entre os alvos do grupo. Além dele, os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia, além do senador Renan Calheiros (MDB-AL), entre outros.

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