Letícia Morgana Correa Mello, vítima do cirurgião plástico Marcelo Evandro dos Santos, réu por praticar lesão corporal gravíssima após procedimento estético, prestou depoimento na primeira audiência de instrução nesta terça-feira (1°). O depoimento foi concedido no Fórum Desembargador Rid Silva, no Centro de Florianópolis, e teve início às 14h.

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A mulher prestou depoimento na condição de informante por quase duas horas. Depois, foram ouvidos um médico cirurgião e um médico intensivista, como testemunhas da acusação.

Ao final do dia, o companheiro de Letícia também prestou esclarecimentos na condição de informante. Outras duas testemunhas que estavam previstas para falar nesta terça-feira tiveram o depoimento dispensado pelo Ministério Público.

Além disso, quatro testemunhas de acusação serão ouvidas na próxima terça-feira (8). Na ocasião, o réu e as testemunhas de defesa também serão ouvidos. Outras audiências podem ser agendadas posteriormente pelo grande número de depoimentos.

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Relembre o caso

Marcelo foi indiciado em outubro de 2024 após pacientes que fizeram procedimentos estéticos com ele o denunciarem depois de sofrerem com queimaduras, bolhas, necrose e perda de tecido. A denúncia pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) foi realizada cerca de um mês depois, após uma das pacientes ir até a polícia.

Letícia é uma das pacientes do suspeito e diz que passou por 12 cirurgias no mesmo dia, com 10 horas no centro cirúrgico e sete quilos de gordura retirados. Foi preciso permanecer 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mais dois meses internada.

O que diz Marcelo Evandro dos Santos

Marcelo Evandro dos Santos disse, em nota, que Leticia teria sido a única paciente que teve lesões graves, “as outras são pacientes “insatisfeitas” daquele jeito que te falei, muitas vezes as expectativas são irreais mas não tem lesões”.

Segundo ele, sobre a paciente citada na matéria, ela possui uma doença falciforme, uma condição genética que ocasionou as lesões mencionadas, e que Letícia não passou por 12 cirurgias, mas sim duas. No pós-operatório, “seu corpo estava em perfeitas condições, e as lesões surgiram apenas no terceiro dia. A acompanhei por mais de 20 dias, mas, infelizmente, ela optou por interromper o acompanhamento médico, mesmo após eu diagnosticar sua condição”.

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O médico também diz que todos os exames pré-operatórios necessários foram realizados e avaliados por ele, pelo anestesista e pelo cardiologista, sem “qualquer alteração significativa nos exames pré-operatórios rotineiros”.

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