O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alfinetou o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (10), afirmando que o “Brasil não deve nada a ninguém, se tratando de competência, resiliência e capacidade”. A afirmação acontece um dia depois da porta-voz dos EUA afirmar que o país americano não tem medo de usar o “poder econômico e militar” para defender a “liberdade de expressão”.
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Lula ainda disse, durante o evento que marcou a nergização do Linhão Manaus-Boa Vista, que interligou Roraima ao mapa energético brasileiro, que Trump não deveria “ficar brigando com a gente”.
— Ao invés de o Trump ficar brigando com a gente, devia vir conhecer nosso sistema interligado, pra quê brigar? Ele ia perceber que ia ser muito legal para os Estados Unidos do que ele ficar brigando com a gente […] Somos um país soberano e donos do nosso nariz — disse.
Durante o evento, Lula disse que a transição energética “nos permite dar um salto de qualidade” e que quer ampliar o sistema para outros países da América do Sul.
— Eu acho que vai levar algum tempo ainda. Mas eu acho que os governantes do mundo terão que compreender que quanto mais a gente estiver compartilhando as coisas bem-sucedidas, melhor será para o povo da nossa região — afirmou.
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Com o sistema, Lula pretende reduzir em R$ 45 milhões por mês nos custos da Conta de Consumo de Combustíveis de Roraima, com o encargo incluído na conta de energia de todos os consumidores.
Ameaça dos EUA
A declaração foi concedida pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. Ela afirmou que a liberdade de expressão é “uma prioridade para a Administração” e justificou outras sanções já impostas ao Brasil, como as taxas de 50% aos produtos brasileiros, e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como forma de “garantir que países ao redor do mundo não estejam punindo seus cidadãos dessa forma”.
A secretária da Casa Branca também disse que “a liberdade de expressão é, sem dúvida, a questão mais importante do nosso tempo, consagrada em nossa Constituição”, e apontou que Trump “acredita fortemente nela”.
A fala acontece em meio ao julgamento de Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Nesta terça-feira (9), na terceira sessão de julgamento, Moraes votou a favor da condenação de Bolsonaro por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Flávio Dino acompanhou o voto do relator.
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Nesta quarta-feira, o julgamento continua com o voto do ministro Luiz Fux.
*Com informações da Folha de S.Paulo, O Globo e CNN
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