Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. O candidato petista ficou à frente na apuração do primeiro turno, mas sem chances de liquidar o pleito já neste domingo (2), o que era uma possibilidade em aberto conforme indicavam as pesquisas eleitorais às vésperas da votação.
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Lula teve 48,43% dos votos válidos, e Jair Bolsonaro ficou com 43,20%, com 99,98% das urnas apuradas. Em terceiro lugar, aparece Simone Tebet (MDB) com 4,2% dos votos. Já Ciro Gomes (PDT) ficou na quarta posição, com 3% dos votos.
As pesquisas eleitorais da véspera do pleito indicavam eventual vitória de Lula ainda no primeiro turno, mas por uma vantagem ajustada na margem de erro, o que mantinha a possibilidade sob dúvida. O triunfo do petista acabou não se consolidando.
Como Lula chega ao segundo turno
Lula tenta alcançar o que seria seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, agora com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) como vice. O petista já chefiou a República do início de 2003 ao final de 2010, ao emendar dois mandatos ao lado do já falecido empresário José Alencar, com quem compôs chapa à época.
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Ele tem baseado sua campanha no discurso de retomada da economia e distribuição de renda, destacando os índices econômicos que entregou ao governo Dilma e minimizando os números que foram deixados pela companheira de partido. Lula também tenta atrair antigos críticos, caso do próprio vice, ao polarizar a disputa com Bolsonaro desde que se colocou no páreo, atribuindo ao adversário um antagonismo que deveria unir mesmo quem tem diferenças entre si.
Na reta final do primeiro turno, a candidatura petista intensificou o discurso de retomada da ordem democrática, o que, em sua tese, estaria em risco sob um eventual segundo governo do atual presidente, para que simpatizantes de outros candidatos aderissem a Lula já no primeiro turno com o chamado voto útil e, assim, a eleição fosse liquidada sem a necessidade de um segundo. A mobilização não foi o bastante até aqui, mas a campanha ainda tenta herdar eleitores dos nomes já derrotados na corrida presidencial.
Como Bolsonaro chega ao segundo turno
Bolsonaro tenta ser o quarto presidente empossado por eleições diretas no período posterior à redemocratização no Brasil a ser reeleito. Em um eventual segundo mandato, no entanto, ele irá compor chapa com Walter Braga Netto (PL), e não mais com o também militar da reserva Hamilton Mourão (Republicanos), atual vice-presidente.
Ele também tem reforçado a condução da economia em sua campanha, destacando a taxa atual de desemprego e os auxílios pagos em seu governo, e aposta ainda na agenda de costumes que defende, como a pauta armamentista e a proibição do aborto. Bolsonaro também polariza a disputa com Lula desde a eleição anterior, na tentativa de atrair votos dos eleitores que não são bolsonaristas convictos, mas, ainda assim, se consideram antipetistas.
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Desde o início do primeiro turno, a candidatura bolsonarista também tem se fiado em um discurso anticorrupção, atribuindo a Lula o mando sobre escândalos surgidos nos governos petistas e minimizando episódios ao menos questionáveis do próprio Bolsonaro, como a aquisição com dinheiro vivo de 51 imóveis pelo núcleo familiar do presidente, fato revelado pelo portal UOL. Também é parte da estratégia bolsonarista até aqui fazer ataques ao sistema eleitoral, embora a segurança, confiabilidade e auditabilidade do pleito sejam características consolidadas.