Após a polêmica sobre o suposto embargo da rede francesa Carrefour a carnes brasileiras e a reação de produtores ameaçando interromper as vendas para supermercados da rede no Brasil, o presidente Lula (PT) se manifestou pela primeira vez sobre o caso nesta quarta-feira (27).

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Lula fez uma defesa do acordo entre Mercosul e União Europeia, negociação que ocorre há décadas. O presidente afirmou que os franceses, críticos do acordo no bloco europeu, “não apitam mais nada”. As informações são do portal g1.

— Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que, hoje, achincalhou os produtos brasileiros. Porque nós vamos fazer o acordo do Mercosul nem tanto pela questão do dinheiro. Nós vamos fazer porque eu estou há 22 anos nisso e nós vamos fazer — afirmou Lula.

A fala ocorreu após as declarações do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard , que fez críticas à carne sul-americana. O acordo entre sul-americanos e europeus seria o pano de fundo que fez o executivo ameaçar o boicote à carne brasileira.

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Lula espera assinar acordo ainda este ano

O presidente também afirmou que pretende assinar o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda este ano.

— Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar esse acordo este ano ainda. Tirar isso da minha pauta — completou Lula.

O dirigente do Carrefour afirmou que as lojas na França não comprariam mais carne do Mercosul para proteger produtores franceses. Além disso, chegou a levantar dúvidas sobre a qualidade da carne sul-americana.

Após a polêmica, produtores brasileiros anunciaram que deixariam de vender para a rede em todo o mundo, o que poderia abastecer a oferta de carne nos estabelecimentos da rede.

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Nesta terça-feira, o Carrefour se retratou e anunciou que não suspenderia mais as compras.

Segundo informações da Agência Brasil, Lula afirmou ainda que quer expandir o comércio do Brasil com outros países.

— [Quero] aproveitar o acordo estratégico que nós fizemos com a China, que é o mais importante acordo de acesso a novas tecnologias que esse país já fez, que vai da inteligência artificial à tecnologia espacial — disse.

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