Lula (PT) seguirá sua estratégia política contra o tarifaço de 50% a produtos brasileiros vendidos para os Estados Unidos. O governo vai intensificar o discurso nas redes sociais e nas entrevistas do presidente em defesa da soberania nacional para fragilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu grupo. As informações são do colunista Valdo Cruz, do g1.
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Pela primeira vez desde o início do ano, o governo lidera o debate nas redes sociais. Dois temas predominam: o da justiça tributária e da união do país contra o ataque de Donald Trump, em associação com Bolsonaro, aos interesses do país e dos brasileiros.
Além da estratégia política, o governo vai atuar no campo técnico, com o regulamento da Lei da Reciprocidade Econômica. A norma poderá ser usada caso as tarifas de 50% sejam mantidas. Devem ser feitas reuniões com empresários para definir uma estratégia de negociação com o governo de Donald Trump. Um comitê integrado pelo governo e setor empresarial está no radar do presidente.
Anistia perde força
O avanço do julgamento da ação penal contra Jair Bolsonaro e seu núcleo próximo tem intensificado a pressão de setores bolsonaristas por uma anistia ampla, diante das recentes declarações do presidente dos EUA. Segundo apurou o colunista Valdo Cruz, a defesa do ex-presidente brasileiro e de seus ex-assessores busca evitar condenações antes que o chamado “núcleo crucial” do suposto plano golpista — acusado de articular ações para impedir a posse de Lula — seja julgado, possivelmente até setembro.
A estratégia bolsonarista inclui a defesa de uma anistia geral como forma de “reconciliação nacional”, argumentando que seria a única maneira de o Brasil ser “perdoado” por Trump, que recentemente fez críticas ao país. No entanto, conforme avaliação de parlamentares ouvidos por Valdo Cruz, não há tempo hábil para votar tal medida antes do recesso legislativo — nem disposição política. No Congresso, prevalece a percepção de que ceder a uma eventual chantagem internacional significaria abrir mão da soberania nacional.
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Enquanto isso, o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) segue seu curso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) entregou nesta segunda-feira suas alegações finais contra o núcleo de Bolsonaro, acusado de planejar ações antidemocráticas. Paralelamente, a Primeira Turma do STF iniciará os interrogatórios dos réus dos núcleos 3 e 4, responsáveis, segundo a PGR, por executar as medidas articuladas pelo grupo central.
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