O sonho de ser mãe teve um caminho cheio de curvas para Thamiriz Garcia. Na primeira gravidez, a jovem perdeu o bebê com seis semanas de gestação. A dor da perda poderia ter se tornado um pesadelo se não fosse por uma pequena palavra de duas letras que sempre esteve ao seu lado: fé.

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— Quando foi confirmada a perda, uma das primeiras coisas que fiz foi me curar sem questionar a Deus. Procurei entender que eu tinha que passar por aquilo de alguma forma, mas sem revolta — diz. 

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Insistência e perseverança foram duas palavras que permearam o dia a dia de Thamiriz nas semanas que se passaram. Tanto que dois meses depois, decidiu fazer um novo teste de gravidez. Não deu outra: o resultado positivo surpreendeu ela que não imaginava tanta rapidez. Pensa que as surpresas terminaram por aí? No primeiro ultrassom, mais uma surpresinha: gêmeos.

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Thamiriz não esconde a emoção ao falar da volta para casa. Depois do exame, no retorno, uma música tocou no carro e ela percebeu como tudo fazia sentido, segundo ela, nos planos de Deus. ““Eu tô te preparando. Pra receber tudo o que eu tenho pra entregar. Você não faz ideia, vai impressionar. Estou te ensinando. Você tá aprendendo, é isso aí. Tá quase lá”, era o que dizia a letra da música “Estou te preparando”, de Jessé Aguiar.

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A gestante filmou esse momento no carro enquanto cantava a música que tocava nos alto-falantes. Nas redes sociais, o vídeo hoje tem mais de 10 milhões de visualizações. A fé dela, inclusive, foi o fator tranquilizador dela ao saber que dois bebês estavam a caminho.

— Quando cheguei no ultrassom e a gente descobriu que eram dois, em vez de ficar mais preocupada pelos riscos, fiquei aliviada. Parecia realmente que era Deus falando comigo. Então quando eu entendi que era Ele conversando comigo através dessa gestação de gêmeos, eu relaxei, descansei. Eu falo que fui carregada no colo durante toda a gestão — afirma Thamiriz. 

De médica a paciente

Vanessa Sauer lida todos os dias com histórias como a de Thamiriz no consultório. Ele é ginecologista obstetra e, como consequência, ajuda mulheres que estão à procura do sonho de serem mães. 

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— As mulheres hoje em dia estão querendo se posicionar primeiro no mercado de trabalho, ganhar dinheiro, se organizar, para depois construir o lado de maternidade, da família. E isso implica muitas vezes na infertilidade — comenta Vanessa.

Vanessa Sauer com a filha (Foto: NSC TV, Reprodução)

A médica explica que dos 18 aos 30 anos ocorre o auge da reprodução feminina, com os ovários em pleno vigor. Após disso, há um declínio natural. E é aí que a história ganha contornos, no mínimo, curiosos: isso porque quando foi a vez da própria médica decidir realizar o sonho de ser mãe, ela estava com 28 anos. Acreditou que seria fácil, mas foi o momento em que precisou se tornar uma paciente.

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— Tive o diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos, endometriose, e meu marido varicocele, que é uma dificuldade do espermatozoide ter a qualidade adequada que precisa para uma gestação — relembra Vanessa.

Foram mais de dois anos de muitos tratamentos, inclusive com hormônios de efeitos colaterais desconfortáveis. Até que veio o sonhado teste positivo. Nove meses depois disso tudo, chegou Teresa — a recompensa por todo esse esforço. 

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Presente até na sala de aula

A dedicação moveu a vida da Cristiane Gonçalves de Campos para ela também realizar outro sonho de mãe: ver a filha se formar na escola. Isso porque Maria Eduarda Campos Dias é surda. Para ela, era uma dificuldade estar em sala de aula sem professor auxiliar. Apesar de ter o direito, a escola onde a Eduarda estudava não tinha essa pessoa para apoiá-la.

Foi aí que a mãe decidiu fazer faculdade de Pedagogia para poder acompanhar a filha.

— A ideia foi de uma prima minha. Ela estava vendo a dificuldade de ter um segundo professor na época para a Duda. Aí ela falou: “Você vai estar com sua filha para o resto da vida, por que não faz pedagogia para auxiliá-la?”. Aí eu falei: “Nossa, é verdade!” — conta Cristiane. 

Cris e Duda (Foto: NSC TV, Reprodução)

Ela começou Pedagogia em 2017. Em 2020, quando veio a pandemia do coronavírus, a mãe já tinha condições de dar aulas em Libras para a filha em casa. Cristiane, inclusive, gravava vídeos de Eduardo para os professores avaliarem o aprendizado. E, assim, com o amor e o carinho da mãe, que a estudante conseguiu de fato aprender dentro de sala de aula. 

Dentro da turma, genuinamente com a filha, Cristiane só conseguiu estar em 2023, no último ano dela no ensino médio. Mais juntas do que nunca, elas viveram o sonho da formatura e continuam não apenas sonhando, como também realizando juntas.

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— Estou na minha segunda faculdade, então ela me vê estudando e vai estudar também. Essa parceria é para o resto da vida, né? — finaliza Cris. 

Para Vanessa Sauer, os sonhos de ser mãe podem ser simples:

— O que a gente mais quer é o filho saudável. Quero formar uma criança independente que consiga fazer as coisas sozinhas e tentar deixar o mundo melhor para ela.

Para Thamiriz, mãe dos gêmeos Arthur e Vinicius, o desejo é parecido:

— Tudo que peço é que eles sejam homens de Deus, que sejam sensíveis, que sejam gentis, que sejam educados.

Antonietas

Antonietas é um movimento da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.  

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