Cerca de 1,3 milhão de pessoas poderiam ser atendidas se o desperdício de água fosse diminuído em Santa Catarina. É o que diz o relatório “Estudo de Perdas de Água”, do Instituto Trata Brasil (ITB). Segundo a pesquisa, são perdidas mais de 216 piscinas olímpicas cheias de água todos os dias no Estado catarinense.
Continua depois da publicidade
A título de comparação, uma piscina olímpica tem cerca de 2,5 milhões de litros de água. Quando a métrica se torna caixas d’água, 719.291 são desperdiçadas diariamente, segundo o relatório, levando em consideração que cada caixa possui 750 litros.
Em todo o Estado, 35,3% da água tratada é desperdiçada antes que chegue às torneiras. Em Florianópolis, o desperdício também é grande, com 13,37 piscinas olímpicas desperdiçadas todos os dias, e mais de 44 mil caixas d’água jogadas fora, conforme os dados do estudo. Se esse desperdício não acontecesse, cerca de 53 mil pessoas poderiam ser atendidas na Capital catarinense.
Apesar dos números, Santa Catarina se consolida como o sexto estado que menos desperdiça água no Brasil, atrás apenas do Paraná (33,11%), São Paulo (32,66%), Distrito Federal (31,46%), Tocantins (30,96%), e Goiás (25,68%).
Em primeiro lugar, aparece o estado de Alagoas, com 69,86% de perdas de água. A média nacional ficou em torno de 40%, acima do nível aceitável de perdas de água definido pela Portaria 490/2021, que estabelece o máximo recomendável de 25% e de 216 L/ligação/dia até 2034.
Continua depois da publicidade
Veja o ranking
- Alagoas – 69,86%
- Roraima – 62,51%
- Acre – 62,25%
- Pará – 58,71%
- Maranhão – 55,95%
- Amapá – 53,71%
- Rio de Janeiro – 52,23%
- Rio Grande do Norte – 47,19%
- Sergipe – 45,74%
- Mato Grosso – 44,19%
- Ceará – 42,68%
- Bahia – 42,20%
- Pernambuco – 41,79%
- Amazonas – 40,68%
- Piauí – 40,57%
- Brasil – 40,31%
- Rio Grande do Sul – 40,14%
- Espírito Santo – 38,70%
- Mato Grosso do Sul – 38,58%
- Paraíba – 37,53%
- Rondônia – 37,03%
- Minas Gerais – 36,22%
- Santa Catarina – 35,31%
- Paraná – 33,11%
- São Paulo – 32,66%
- Distrito Federal – 31,46%
- Tocantins – 30,96%
- Goiás – 25,68%
Desperdício no Brasil
Segundo o estudo, o Brasil obteve a 86ª posição no ordenamento das 139 nações analisadas,
ficando atrás da China de 2012, com 20,54%, da Rússia de 2020, com 26,59%, e da África do Sul
de 2017, com 33,73%, no ranking que analisa as perdas de água mundialmente.
O percentual de 40,31% no desperdício representou um aumento em relação ao ano anterior, quando a média ficou em 37,78%. O volume economizado seria da ordem de 1,9 bilhão de metros cúbicos. Isso equivale ao consumo médio do recurso de aproximadamente 31 milhões de brasileiros em um ano, 92% da quantidade de habitantes sem acesso ao abastecimento de água em 2023.
Conforme explica a pesquisa, as perdas afetam diretamente os custos de produção e a demanda por água, causando uma captação de produção maior do que o volume demandado. Isso pode acarretar desequilíbrios na produção de água, com maior custo dos insumos químicos, energia para bombeamento, por exemplo, e maior custo de manutenção dos equipamentos.
Continua depois da publicidade
Além disso, também pode causar desequilíbrios ambientais, com pressão excessiva sobre as fontes de abastecimento do recurso hídrico, e maior custo para que os impactos negativos sejam diminuídos.

