O pastor Silas Malafaia declarou, em um culto realizado nesta quinta-feira (21), que “a hora” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “vai chegar”. Na Assembleia de Deus Vitória em Cristo da Penha, no Rio de Janeiro, ele ainda comparou a Polícia Federal com a polícia política da Alemanha nazista, chamada de Gestapo. As informações são da Folha de S.Paulo.
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Malafaia foi alvo de uma operação da PF na quarta-feira (20), onde teve o celular apreendido. Segundo o pastor, outros quatro cadernos também foram recolhidos pela Polícia Federal, sendo que um deles continha supostos rascunhos de discursos e vídeos.
— Esse homem [Moraes] vai ser julgado pelas leis desse país ou pelas leis de Deus. Vai chegar a hora dele. Não desejo mal a ninguém, mas vai chegar — afirmou.
O pastor também criticou a divulgação de mensagens contidas no relatório que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Para ele, o vazamento das conversas tem como objetivo “desviar a atenção da sociedade dos crimes de Moraes”.
— Como prendem um passaporte de um líder religioso respeitado? Coisa do chefe da Gestapo. Isso não é Polícia Federal — disse.
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“Não sou puxa-saco”
Malafaia falou, ainda, sobre as mensagens que trocou com Bolsonaro e que foram divulgadas, onde aparece criticando Eduardo, que é filho do ex-presidente.
— A conversa mostra que não sou puxa-saco, sou independente, critico quando tenho que criticar. Tenho intimidade e falo até bobagem — afirmou.
Ele disse que as críticas que faz diretamente à família Bolsonaro não são de agora, e citou áudios enviados para Bolsonaro, Michelle e os filhos, “largando o aço por não se posicionarem firmemente contra Pablo Marçal”, durante a campanha à Prefeitura de São Paulo, em 2024.
Sobre o apoio a Lula (PT) em 2002, Malafaia justificou que, na época, o segundo turno daquela eleição era entre um candidato de esquerda, que seria Lula, contra um de centro-esquerda, sendo este José Serra (PSD). Para Malafaia, Aécio Neves (PSDB), também é de centro-esquerda.
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Culto após operação
Na entrada do culto, apoiadores do pastor seguravam uma faixa com a escrita “tende misericórdia daquele que tenta impedir a palavra de Deus”.
No telão, enquanto o pastor falava, uma mensagem com os dizeres “estamos juntos, pastor” foi exibida, além de placas de apoio erguidas pelo público.
Investigação
Malafaia foi alvo de um mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, também na quarta-feira. Ele foi abordado por agentes federais ao desembarcar de um voo vindo de Lisboa. Ele foi conduzido para as dependências do aeroporto, onde prestou depoimento à Polícia Federal.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar possível coação cometida contra autoridade, relacionada ao processo de tentativa de golpe de Estado.
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O pastor não pode deixar o país e não pode conversar com outros investigados no inquérito.
Veja fotos de Malafaia
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