Sergio Alfieri, médico do Papa Francisco, contou em detalhes ao jornal “Corriere della Sera”, nesta terça-feira (25), como foi o dia em que os profissionais da saúde cogitaram deixar o pontífice morrer. Na ocasião, ele completava duas semanas internado na Policlínica Gemelli, em Roma, com uma pneumonia bilateral. As informações são do g1.
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Internado desde 14 de fevereiro, o quadro de saúde de Francisco começou a ficar preocupante no dia 22 de fevereiro, quando ele teve uma crise respiratória prolongada. Naquele dia, os médicos passaram a descrever a situação dele como crítica.
No dia 28 de fevereiro, o Vaticano atualizou o estado de saúde do pontífice e disse que ele teve uma noite tranquila de sono e estava repousando. Durante a manhã, Francisco recebeu a Eucaristia, orou em uma capela privada do hospital e fez fisioterapia respiratória, disse a sala de imprensa da Santa Sé. Ao mesmo tempo, fontes do Vaticano informaram à agência de notícias France Presse (AFP) que o papa não estava mais em “estado crítico”.
Tarde e noite de 28 de fevereiro
A tarde e a noite do dia 28 de fevereiro foram as piores do papa durante o período de internação, informou Sergio Alfieri, médico de Francisco, ao Corriere della Sera. Nesse dia, o líder da igreja católica enfrentou um episódio de broncoespasmo, que é uma dificuldade aguda de respirar.
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A crise representou uma piora significativa no quadro de Francisco e, pela primeira vez, o médico disse que viu lágrimas nos olhos de pessoas que acompanhavam o papa no hospital.
— Estávamos todos cientes de que a situação havia piorado ainda mais e que havia o risco de ele não sobreviver — contou.
O Vaticano atualizou o estado de saúde do papa por volta das 14h20min, pelo horário de Brasília, do dia 28 de fevereiro, e informou que papa precisava de ventilação mecânica, ainda que não invasiva.
“O Santo Padre, no início da tarde de hoje, após uma manhã dedicada à alternância entre fisioterapia respiratória e oração na capela, apresentou uma crise isolada de broncoespasmo, que resultou em um episódio de vômito com aspiração e um rápido agravamento do quadro respiratório” dizia o comunicado.
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Segundo Alfieri, Francisco estava consciente de que corria risco de morte e sabia que poderia não sobreviver nas próximas horas.
— Vimos o homem que sofria. Mas, desde o primeiro dia, ele nos pediu para lhe dizer a verdade e quis que contássemos a verdade sobre seu estado de saúde — afirmou.
No mesmo dia, milhares de fiéis se reuniram na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a quinta noite seguida de vigília pela saúde de Francisco.
Veja a linha do tempo da saúde do papa
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“Milagre”
Diante da complexidade do quadro de saúde, a equipe médica precisou decidir entre deixar o papa Francisco morrer ou insistir em tratamentos mais agressivos. Isto porque, segundo Alfieri, Havia o temor de que forçar novos medicamentos ou terapias comprometesse outros órgãos, criando um risco ainda maior.
A escolha, entretanto, veio do próprio pontífice e de Massimiliano Strappetti, assistente pessoal do papa. Conforme Alfieri, a ordem foi clara: os médicos deveriam tentar de tudo e não desistir. O profissional contou que Francisco estava lúcido em todos os momentos, mesmo quando o seu estado de saúde piorou.
— Foi o que todos nós pensamos também. E ninguém desistiu. Ele sempre esteve ciente de tudo, mas acredito que essa consciência também foi o que o manteve vivo. Posso dizer que, por duas vezes, a situação parecia perdida, e então aconteceu algo como um milagre — fala. Alfieri ainda ressaltou que o bom humor e as orações do papa ajudaram na sua recuperação.
Ao todo, Francisco ficou 38 dias internado e recebeu alta no domingo (23), quando fez sua primeira aparição pública após o período no hospital.
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A partir de agora, o pontífice continuará o tratamento em casa, com fisioterapia respiratória e exercícios de fala. Os médicos afirmam que a voz dele foi afetada devido ao uso de oxigênio de alto fluxo através de equipamentos não invasivos.
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