Com termômetros registrando picos de temperatura próximos aos 40°C no decorrer desta semana, asilos de Florianópolis estão tendo que encontrar maneiras de amenizar o calor para idosos. De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a exposição de idosos a temperaturas acima dos 40°C, por mais de quatro horas, aumenta em até 50% o risco de morte por doenças como hipertensão, diabetes, insuficiência renal, infecção do trato urinário e Alzheimer. Para diminuir o risco e transformar o calor intenso em algo mais confortável para a terceira idade, instituições têm se dividido entre organizar menos saídas e buscar mais ventilação.
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Na última segunda-feira (16), a Capital bateu os 39,08°C por volta das 15h, durante a onda de calor que atingiu Santa Catarina esta semana – a maior temperatura do ano na cidade.
Um dos asilos de Florianópolis que busca maneiras de contornar essa onda de calor é o Cantinho dos Idosos, localizado no bairro Ratones. O tema calor é complicado dentro da instituição, que sobrevive através de doações. Segundo a assistente social, Nirce Pires Garcia, nessas situações alguns idosos aceitam bem, outros não, e a falta de ventiladores acaba sendo um problema.
A enfermeira Mariana Mello, que faz parte do corpo de profissionais no Asilo Irmão Joaquim, diz que a falta de ventilação deixa os idosos agoniados e indispostos, trazendo mais sonolência e queda de pressão arterial.
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Conforme explica a geriatra Taís Guimarães Maia, isso acontece devido a uma combinação de fatores. Temperaturas mais altas causam mais retenções de líquido, gerando inchaços nas pernas, e maior troca de vapor com o ambiente, o que pode causar desidratação e diminuição da pressão arterial, podendo gerar desmaios e mal-estar nessa faixa etária da população.
Nesses casos, o Asilo Irmão Joaquim, localizado na Avenida Mauro Ramos, no Centro da cidade, tenta evitar a saída dos idosos, mantendo-os em lugares arejados e com ar condicionado. Segundo explica a enfermeira Mariana, isso é feito já pensando que nem toda família tem a capacidade de receber o idoso em um lugar bem ventilado.
Como a instituição é capaz de mantê-los bem e com mais acesso a cuidados caso haja alguma queda de pressão ou piora em casos de doenças cardíacas, as instruções são para que neste período de calor intenso os familiares façam mais visitas, ao invés de levá-los para casa.
Idosos precisam se hidratar durante onda de calor
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O que fazer se passar mal na rua ou em ambientes fechados
Segundo a geriatra Taís Guimarães Maia, o primeiro passo para conseguir ajudar uma pessoa idosa que pode estar passando mal devido ao calor, é manter a calma e verificar se a pessoa se encontra inconsciente.
— O SAMU deve ser acionado imediatamente. Mas, se estiver responsivo, devemos, se possível, verificar os sinais vitais, como pressão, glicemia e reforçar hidratação, além de deixá-lo em um ambiente com temperatura amena — explica.
A médica reforça que o acompanhamento médico regular também é fundamental para diagnosticar outras causas do mal-estar. De acordo com Maia, naturalmente, o idoso sente menos sede e, por isso, tende a beber menos água. A geriatra aconselha que um dos principais cuidados nesse clima extremo é facilitar o acesso à água com o uso de garrafinhas.
Além disso, o uso do filtro solar é essencial, assim como evitar andar ou fazer exercícios em horários de maior incidência solar e adotar uma alimentação baseada em comidas mais leves e frescas, com preferência para frutas e verduras.
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Métodos de ventilação do ambiente
Para amenizar as altas temperaturas, a utilização de ventilador e ar condicionado aumenta. Entretanto, esse aliado pode agravar alguns problemas de saúde.
A geriatra explica que o uso pode ser benéfico para idosos, mantendo eles frescos e prevenindo o superaquecimento, mas é importante evitar exposições diretas ao ar e garantir que os aparelhos estejam limpos para evitar alergias e problemas respiratórios.
Censo de pessoas idosas
De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a população de pessoas idosas residente no Brasil é de 32,1 milhões pessoas, representando um acréscimo de 56% em relação aos números analisados em 2010. Dessa população total, 17,9 milhões (55,7%) eram mulheres e 14,2 milhões (44,3%) eram homens.
Com 17,6% da população de 60 anos ou mais, a região Sul abriga a maior parte dos idosos do Brasil, junto a região Sudeste, onde o índice também é de 17,6%. Ainda conforme dados do último Censo, divulgados pelo IBGE, em 2022 o Brasil tinha mais de 160 mil pessoas vivendo em asilos ou instituições de longa permanência para idosos. Isso representa 0,5% da população com mais de 60 anos no país (32,1 milhões).
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Os números de envelhecimento da população de Santa Catarina chegaram a 55,8%, segundo o Censo IBGE. O Estado tem 55 idosos para cada 100 crianças. Em 2010, esse número era de 31,8%.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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