Em novo comunicado, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) voltou a afirmar nessa terça-feira (6) que não há microalgas tóxicas na água da Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Com isso, não há restrição à balneabilidade nem ao consumo de pescados do local, conforme o Instituto. A Lagoa chegou a ser ser considerada 100% imprópria para banho e para consumo de peixes.
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De acordo com o biólogo e professor dos cursos de pós-graduação em Ecologia e Oceanografia da UFSC, Paulo Horta, a redução da temperatura e as marés favoreceram a renovação da qualidade da água, mas ainda assim, é necessário discutir melhorias no saneamento da cidade.
– A situação melhorou bastante, mas continuamos alertando sobre a necessidade de aprimorar a análise da água e pescado. (É necessário) Detalhar a presença de metais e outros poluentes na água, em respeito à precaução para a segurança sanitária e alimentar – afirmou Horta.
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A conclusão do IMA se deu após monitoramento da qualidade da água, em conjunto com a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). A orientação agora é que a população não entre na água se tiver espuma, manchas marrons ou amarelas e após a chuva.
Em fevereiro, centenas de peixes e crustáceos apareceram mortos na Lagoa da Conceição. Embora, os problemas de poluição da água se arrastem há anos, a preocupação se acentuou em 25 de janeiro, quando uma lagoa artificial de esgoto tratado da Casan se rompeu, invadiu e destruiu as casas de 35 famílias da Servidão Manoel Luiz Duarte e foi parar na Lagoa da Conceição.
A Companhia afirmou que o material era tratado e que os moradores estão sendo indenizados.
– Os processos são cíclicos, a gente tem a intensificação do fenômeno da eutrofização quando está quente. Com a temperatura mais alta, se acelera o consumo de oxigênio e aí acontece tudo aquilo que a gente observou, a mortalidade dos peixes etc. Com as frentes frias, a redução da temperatura, as grande marés que a gente teve, há essa renovada na água da Lagoa – explicou.
Conforme o professor, as algas têm um ciclo de vida curto e, ao morrerem, a biomassa fica no fundo. Um diagnóstico desse material, para dimensionar as medidas para necessárias revolver o problema é urgente, segundo Horta.
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– Isso pode funcionar como uma pequena bomba relógio, que pode crescer na medida em que a gente vai colocando mais poluição na água. Talvez no próximo verão, ou antes disso, na próxima primavera a gente pode ter novamente problemas relacionadas à eutrofização do sistema, porque a gente ainda não tratou do problema – alertou.