O que era para ser uma cirurgia para recuperar a autoestima se tornou um pesadelo para uma modelo em Goiânia (GO). O cirurgião plástico Wilian Pires de Oliveira Junior, conhecido como “médico das estrelas”, foi alvo de acusações de mutilação e negligência médica por parte de uma paciente que passou por uma série de cirurgias para corrigir falhas de intervenções anteriores.
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Segundo a colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, o médico teria cortado o clitóris da modelo Daiana sem sua autorização durante uma cirurgia estética. Ainda, a paciente teria ficado sem assistência adequada depois do procedimento, em que se viu no quarto tomado por sangue.
Ela teria contratado um pacote de três procedimentos estéticos: lipoaspiração HD, implantes de silicone nos seios e ninfoplastia (cirurgia íntima para redução dos pequenos lábios vaginais).
A cirurgia foi realizada no dia 5 de fevereiro no Hospital Jacob e a paciente pagou R$ 137 mil pelo pacote, além de R$ 15 mil adicionais. Contudo, o que foi feito pelo médico foi além do seu consentimento.
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— O serviço era para ser uma ninfoplastia, mas ele fez outra coisa. Ele cortou meu clitóris! Mesmo eu tendo avisado antes, inclusive na cirurgia, para não fazer isso! — afirmou Daiana.
Paciente relata que não recebeu suporte após cirurgia
O caso é investigado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). O médico Wilian Pires de Oliveira Junior já foi condenado por mutilar pacientes e enfrenta uma série de processos por negligência médica, segundo a colunista Mirelle Pinheiro.
Além da mutilação, que segundo a paciente é irreversível e afetou sua vida pessoal, autoestima e saúde mental, ela também não recebeu o atendimento devido no pós-operatório.
Ao acordar da anestesia, sentiu um sangramento excessivo e percebeu que o quarto repleto de sangue. Com dores intensas, ela conta que chamava por atendimento, mas que ninguém aparecia.
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— Eu estava deitada em um lençol encharcado de sangue, gritando por ajuda, e ninguém vinha. Minha mãe teve que trocar o lençol sozinha. O médico simplesmente sumiu — afirmou.
Mais de 12 horas depois da cirurgia a assistência médica apareceu, e, segundo a paciente, fez “pouco caso da situação”. Ela afirma que recebeu alta no dia seguinte sem receber os esclarecimentos necessários sobre o ocorrido.
O que diz a defesa do médico
Wilian Pires de Oliveira Junior registrou um boletim de ocorrência contra a mulher, acusando-a de calúnia e ameaça. Ele ainda nega as acusações.
Através de nota, o médico alegou que “os procedimentos foram realizados após avaliação e proposta terapêutica, bem como previa ciência e anuência, seguindo todos os preceitos éticos e técnicos.”
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Ainda, disse que “não houve qualquer intercorrência ou resultado adverso, estado ela em período pós-operatório, sendo que, de acordo com a prática médica e a própria Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os resultados demandam aproximadamente seis meses para serem evidenciados, inclusive com a possibilidade de um segundo tempo cirúrgico (retoque), sem que tal fato constitua imperícia do cirurgião.”
“No que concerne aos cuidados pós-operatórios, salientamos que a paciente teve todo o suporte necessário, com os cuidados médicos e profissionais a sua disposição”, completa.
*Com informações de Metrópoles
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