O único suspeito preso no caso Vitória teria confessado o crime e afirmado que agiu sozinho, segundo informou a Polícia Civil nesta terça-feira (18). Contudo, a defesa de Maicol Sales dos Santos negou qualquer confissão de autoria ou participação no caso.
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Vitória Sousa, de 17 anos, desapareceu no dia 26 de fevereiro e foi encontrada morta em 5 de março em Cajamar, na Grande São Paulo. A polícia afirma que Maicol, principal suspeito, teria confessado que matou Vitória na noite de segunda (17) na delegacia da cidade.
— Queria apontar como o único autor desse crime que vitimou a Vitória: Maicol Sales. Ele fala que esfaqueou. Ele comentou que era apaixonado por ela — disse o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil da Grande São Paulo.
— Ele [Maicol] pegou a faca que estava do lado do veículo e desferiu o golpe — afirmou o delegado Fábio Cenachi, de Cajamar, na Grande São Paulo.
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Ambos os delegados deram as declarações em uma coletiva de imprensa. Eles alegam que o caso está esclarecido em relação a autoria e ao motivo de crime, já que segundo os policiais Maicol confessou que esfaqueou e matou a vítima por ela não corresponder a ele.
— Ontem [segunda] à noite ele quis confessar o crime. Ele falou: ‘Eu quero confessar”. E nesse impasse, os advogados dele foram embora [da delegacia] — falou Luiz Carlos.
Segundo o delegado diretor, a autoridade policial chamou outros advogados para acompanhar o interrogatório e a confissão de Maicol, já que isso é um direito dele.
— Ele deu a sua versão. É uma versão do acusado. Tudo aquilo que ele colocou nós já sabíamos — disse.
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Segundo a TV Globo, Maicol teria sido ouvido novamente mais tarde na presença de um dos seus advogados, e dessa vez não confessou o crime.
Defesa nega confissão
Após a polícia afirmar que Maicol confessou o crime, a defesa dele negou a confissão de autoria ou participação no caso da adolescente Vitória.
“Até o presente momento, não houve confissão de autoria ou participação por parte do cliente em relação ao caso Vitória Regina de Souza, sendo inverídicas quaisquer informações que estejam sendo veiculadas a esse respeito”, disse a defesa de Maicol Sales dos Santos por meio de nota.
Os advogados Arthur Perin Novaes, Flávio Ubirajara e Vitor Aurélio Timóteo da Silva, que representam Maicol, alegam ainda que “Maicol está sendo assistido por sua defesa” e que “toda e qualquer declaração atribuída a ele, feita sem a presença de seus advogados, ofende a legislação processual pertinente e carece de validade jurídica, sendo potencial causa nulificadora do processo e até mesmo de configuração de ilícito penal e administrativo”.
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Relembre o caso Vitória
Vitória não sofreu violência sexual
Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, não sofreu violência sexual e foi morta com três facadas, revela o laudo do Instituo Médio Legal (IML) divulgado nesta terça-feira (18). A jovem apresentava cortes por faca no tórax, no pescoço e no rosto.
Segundo os peritos da Superintendência da Política Técnico-Científica (SPTC), Vitória estava com álcool no sangue, mas que, nesse caso, pode caracterizar “um processo de fermentação característico da putrefação” do corpo.
O corpo da adolescente foi encontrado no dia 5 de março em Cajamar, na Grande São Paulo. De acordo com apuração da TV Globo, a vítima foi encontrada por cães farejadores com o cabelo raspado, sinais de violência e sem roupas. A arma do crime não foi encontrada.
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Vizinho suspeito e único preso
Maicol Antônio Sales, vizinho de Vitória, foi preso no dia 9 de março, suspeito de dirigir um carro prata que perseguiu a adolescente quando ela desceu do ônibus. O veículo também foi apreendido e, no porta-malas, foram encontradas manchas de sangue.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, afirmou que o material foi encaminhado para análise em um laboratório de DNA, mas que o exame pode demorar, levando de 30 a 40 dias para a produção do laudo.
Segundo testemunhas, ele estaria próximo ao local em que o crime ocorreu e houve movimentação suspeita na casa do suspeito na noite em que Vitória desapareceu. Uma contradição no depoimento também foi um agravante para a prisão, já que ele disse que estava com a esposa no momento do crime, enquanto a mulher relatou que estava na casa da mãe naquela noite.
Ainda, a perícia feita no celular de Maicol identificou que ele visualizou uma foto postada por Vitória no ponto de ônibus no início da madrugada de 27 de fevereiro, cerca de 20 minutos antes de ela desembarcar no bairro onde morava. A polícia aponta que esse pode ser um indício de que ele interceptou o jovem no trajeto até em casa.
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*Com informações de g1 e Metrópoles
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