A força da maré alta que atingiu a Praia dos Ingleses, bairro no Norte de Florianópolis, durante a madrugada desta terça-feira (7), provocou destruição em propriedades à beira-mar. Segundo a Defesa Civil e a prefeitura, ondas de até 1,40 metro avançaram sobre a faixa de areia e alcançaram estruturas residenciais.
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Mar “engole” praia, e derruba postes e muros em bairro famoso de Florianópolis
Ao todo, cinco postes de iluminação e 12 casas e estabelecimentos foram atingidos. O empresário Hernâni Guinter Júnior, que mora há mais de 20 anos no bairro, diz nunca ter visto o mar com tamanha intensidade.
— Já tinha visto, mas não com a agressividade dessa noite. O mar vem há dias levando a areia da praia. É uma lástima isso acontecer em boca de temporada, com o pessoal se preparando pra abrir os restaurantes — afirma.
Vídeo mostra avanço do mar
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“Foi assustador”
Um muro de concreto de um condomínio localizado à beira-mar foi arrancado pela força da água. Com medo, os moradores deixaram o prédio.
— Foi assustador, né? Aqui a gente orientou o pessoal a sair do prédio e ficar a salvo, mas tem as outras pessoas que não sei se têm lugar pra ir — lamenta o síndico Diego Foitzik, que mora há cinco anos no condomínio.
A destruição também surpreendeu quem trabalha na região. A faxineira Regina Isabel Santos chegou para limpar uma casa de aluguel e encontrou o imóvel tomado pela água. Os hóspedes chegariam no dia seguinte.
— Eu me apavorei. Fiquei horrorizada. Não era pra acontecer isso aqui, mas a maré está muito alta — diz.
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A Defesa Civil informou que o cenário vinha sendo monitorado há cerca de três semanas, com registros de ondas mais intensas e marés elevadas causadas por áreas de baixa pressão e ventos persistentes no litoral catarinense.
O órgão mantém alerta para ressacas e maré alta nas próximas horas, embora a tendência seja de redução da força das ondas nos próximos dias.
Veja fotos dos estragos causados pela maré alta
Alargamento da Praia dos Ingleses
A Praia dos Ingleses, local que foi palco das ocorrências nesta terça-feira, passou por um processo de alargamento em 2023. Os moradores, agora, cobram respostas.
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— Primeiramente, precisamos de uma intervenção da Defesa Civil, porque há pedaços de cano, ferro e postes caídos. Depois, um estudo técnico pra entender se isso tem relação com o alargamento. A draga ficou aqui e mudou a forma como o mar chega nesse pedaço da praia — afirma Dany Novaes, presidente da Associação de Moradores.
De acordo com o diretor de operações da Defesa Civil de Florianópolis, Alexandre Vieira, a área afetada corresponde a cerca de 300 metros da faixa alargada.
— A maré acabou com muita energia, tirando todo o sedimento e levando para o mar. Os proprietários serão notificados para retirar o material e os vidros que caíram sobre a praia — diz.
A Prefeitura de Florianópolis informou que técnicos estão avaliando os impactos e estudam novas medidas para conter a erosão costeira e garantir a segurança dos moradores.
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*Sob supervisão de Luana Amorim
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