O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decretou a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado a 16 anos de prisão no âmbito da trama golpista, após o político ter deixado o Brasil em setembro de forma clandestina. As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Ramagem teria viajado de avião para Boa Vista, em Roraima, e ido até à fronteira de carro. De lá, ele seguiu para outro país. Agora, a Polícia Federal investiga se o político teria saído pela fronteira com a Venezuela ou com a Guiana com um carro alugado em Roraima, de acordo com a TV Globo.

Na quarta-feira (19), o PSOL havia pedido ao STF e à PF a prisão de Ramagem, mas a prisão já tinha sido decretada por Moraes depois de um pedido feito de forma sigilosa da Polícia Federal.

Condenação

A condenação de Ramagem se deu pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Ao todo, ele terá que cumprir 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão.

No julgamento, os ministros entenderam que Ramagem usou a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para vigiar adversários políticos. Isso porque ele foi diretor do órgão gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, Ramagem ajudou Bolsonaro nos ataques ao sistema eleitoral, de acordo com os ministros.

Continua depois da publicidade

Com a condenação, Ramagem não poderia deixar o país e teria que entregar o passaporte. Ainda cabe recurso.

Roaming internacional

Ramagem teria pedido à Casa um celular no modo roaming internacional na terça-feira (18) para participar de forma remota da votação do Projeto Antifacção. O pedido de prisão feito pelo PSOL partiu dessa informação.

A Câmara informou, em nota, que não autorizou missão oficial em outro país para o deputado, e que não foi informada do afastamento do parlamentar do Brasil. Além disso, também disse que Ramagem apresentou atestados médicos nos períodos de 9 de setembro a 8 de outubro, e de 13 de outubro a 12 de dezembro.

A defesa de Ramagem disse que não vai comentar o caso.

Veja fotos do julgamento

Continua depois da publicidade